segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A Essência da Vangloria

Quem há de se vangloriar diante de Deus?
Diante do Deus que não possui vangloria, mas sim a glória que é inerente do seu ser, pois Ele é o que é e ninguém pode acrescentar ou diminuir um cisco que seja à sua glória, quem há de se vangloriar?
Ao contrário de Deus, nós podemos nos vangloriar e fazemos isso o tempo inteiro. Quando passamos uma falsa imagem de quem somos para as outras pessoas ou quando tentamos atribuir poder a nós por quaisquer motivos que sejam, por meio daquilo que temos em nossas posses, do cargo que ocupamos, do título que possuímos ou de quem somos parentes, toda vez que fazemos algo desse tipo estamos nos vangloriando diante dos homens. O homem, em si mesmo, jamais possuirá a glória como seu atributo inerente, mas, apesar de parecer cômico, tentamos nos exaltar fazendo uso de coisas que são vãs, vazias, passageiras e sem valor significativo, a fim de adicionar a nós mesmos alguma “glória”. Mas aquilo que possuímos hoje, aqui nesta vida, amanhã já não possuiremos mais.
Dessa forma, podemos dizer que se vangloriar é, para nós, o mesmo que encher dezenas de baús com tampinhas de garrafas de refrigerante, e sair afirmando para todos que encontrar que você era o dono do garimpo de Serra Pelada e que em seus baús se encontram centenas de barras de ouro. Se vangloriar é, para nós, o mesmo que sair por aí dirigindo um Fusca 1600 dizendo a todos que o seu carro é primo do Golf. Entretanto, para Deus, a vangloria é o mesmo que nos achegarmos diante dEle e mostrarmos alguma riqueza, ou algum tipo de sabedoria que, perante os homens, tem algum valor.
Diante de Deus aquilo que possuímos ou quem somos não tem valor algum. Diante de Deus ainda que sejamos os mais sábios dos homens a nossa sabedoria não tem valor; ainda que tenhamos em nossas mãos verdadeiros baús de ouro, para Deus é de todo desprezível. Aos olhos de Deus Chiquinho Escarpa e seu Bentley enterrado no quintal são um zero a esquerda, “porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Coríntios 1.25).

Apesar desta realidade, existe um único meio pelo qual ao homem pode ser atribuída verdadeira glória. A única possibilidade é se o Senhor que é digno de toda glória resolver atribuir glória a quem Ele desejar. E Deus faz isso escolhendo justamente aqueles que não tem do que se vangloriar. Na contra mão do mundo “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; afim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Coríntios 1.28-29).

Não nos vangloriemos, antes estejamos aptos para sermos revestidos da glória que pertence ao Senhor da Glória. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Miley Cirus, Juventude, Liberdade, Libertinagem


Só faço aquilo que me dá prazer! Eu posso fazer tudo sozinho! Não preciso de conselhos de ninguém! Você não manda em mim! Eu só faço o que me dá vontade! Só quero saber do agora, vivo o hoje como se fosse o último dia! Faço de mim o que quero!

Miley Cyrus
Talvez você, em algum momento da sua vida, tenha se identificado com algumas das exclamações acima. Esses são alguns dos gritos da nossa mocidade. Pode ser que você nunca os tenha gritado para o mundo ouvir, mas há uma grandiosa probabilidade de suas ações  terem refletido tais coisas e refletido com uma maior intensidade quando você estava na juventude, especialmente na adolescência.

Parece que ao chegarmos à adolescência as portas dos nossos cárceres são abertos e nos deparamos com a liberdade. Ela está ali bem ao alcance das nossas mãos, assim como o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal estivera ao alcance de Adão e Eva. Só nos vem o desejo de correr, saltar e, se pudéssemos, até voar pela paisagem da liberdade sem pensar nos abismos e predadores que existem no caminho.

Muitos de nós caem na boca de feras, ou talvez em penhascos, ou lamaçais movediços quase impossíveis de sair. Quando isso nos acontece percebemos que com tanta liberdade não somos realmente livres. Adão e Eva, envergonhados e expulsos da vida, por buscarem uma liberdade que não podiam possuir (a liberdade de conhecer o mal), perceberam, infelizes, que a verdadeira liberdade estava no Cárcere do Éden. Assim é conosco quando, como o primeiro casal, desejamos o mal que se encontra vestido de liberdade. Acabamos por cair na prisão dos nossos próprios desejos. Ficamos sujeitos as drogas, ao sexo ilícito, as obscenidades. As coisas que dominávamos passam a nos dominar e nos tornamos delas prisioneiros e escravos.

Há alguns meses a cantora e atriz Miley Cyrus vem sendo bombardeada pelas suas obscenidades públicas,  e nos perguntamos: o que houve  com aquela garotinha batista que fazia o ótimo papel para o público infantil (Hannah Montana)e era admirada por multidões?

  A única resposta que vem em minha mente chamasse libertinagem que é justamente todas coisas más que se vestem de liberdade. São os abismos que existem pelos lados do caminho estreito da liberdade.

Como a Miley muitos jovens de nossas igrejas tem caído neste abismo. Ou até mesmo você e eu já caímos e fomos dele resgatados. E como não cair? Eis a questão! O já experiente Salomão nos escreveu um preciosos mandamento: "Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade..."(Eclesiastes 12.1a). Precisamos calar os gritos da nossa mocidade, e atentar para a voz do Criador. Trazer a mente os seus mandamentos e ensinamentos  aprendidos na infância e aplicá-los como um mapa que nos guia pelo caminho da bela paisagem da liberdade ou, do contrário, olharemos para os nossos dias da juventude e diremos "não tenho neles prazer." (Eclesiastes 12.1). Adão e Eva rasgaram o seu mapa simples que apenas dizia: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gênesis 2.16,17) e eles morreram. O mapa do Cristão tem uma só Palavra e é Cristo, um só símbolo que se chama Cruz e uma só Lei que se chama Graça. Ao que Cristo nos "conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8.32), e mais adiante "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14.6).


Talvez você que lê este texto esteja aprisionado num abismo achando estar liberto, mas já não possui a paz e a alegria que a muito lhe foi tirada. Talvez você tenha se arriscado a explorar áreas que não estavam estampadas no mapa da liberdade que tem seus limites na Graça de Deus. Ou ainda pode ser que você não conheça este mapa. Se você encontra-se em alguma dessa situações lhe convido a explorar o mapa infindável da Palavra de Deus, com este guia podemos ir aos lugares onde a verdadeira liberdade nos permite, experimentar de uma paz ímpar e inconfundível e se encher de uma alegria que independe de situação financeira ou cargos profissionais ou pecados que nos escravizam. 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

[Crítica] Petra e a Seca no Nordeste

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jeremias 17.9)

"Eis que Deus não confia nem nos seus santos; nem os céus são puros aos seus olhos,quanto menos o homem, que é abominável e corrupto, que bebe a iniquidade como a água!" (Jó 15.15-16)



     Na imagem acima podemos ver, o Khazneh, principal monumento da cidade de Petra em contraste com algumas cenas da seca no sertão do nordeste brasileiro.

     Petra foi construída pelos nabateus no deserto da atual Jordânia em 312 a.C. e possuía um complexo sistema de túneis, represas e tubulações a fim de armazenar água para os longos períodos de estiagem. O sistema hídrico da cidade era tão eficiente que cada gota de água era usada de um modo ou de outro e o sistema garantia o abastecimento de água o ano todo. "Eles entendiam a importância de preservar, canalizar e distribuir a água. Sem água numa área como Petra você morre", disse a historiadora Nicole Douek. A tecnologia de engenharia hídrica era tal que todas as nascentes em um raio de 20 Km da cidade foram canalizadas para abastecer uma cidade com uma população de aproximadamente 50.000 habitantes e milhares de comerciantes em trânsito.

     Estamos em 2013, mais de dois mil e trezentos anos de distância da data de fundação de Petra. O Brasil é o país mais mais rico em água potável do globo. O Rio São Francisco é o nosso 4º maior rio e o 22º maior rio do mundo. Este rio corta uma grande extensão de terra passando pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.



     Dos tempos áureos dos nabateus até os nossos dias são mais de 2000 anos de avanços tecnológicos. Nosso Brasil já tem seus 513 anos de história partindo do nosso descobrimento, entretanto o povo continua padecendo com a seca e o governo continua "incapaz" de canalizar água para nossa população.

     Sei que nosso sistema educacional é extremamente precário, um dos piores desta terra, mas será que somos tão burros assim? Não. Não somos tão burros assim. Talvez a pergunta correta seja: Será que somos tão corruptos assim? Sim. O grande problema do nosso sertão é a falta de interesse dos nossos governantes que enriquecem zombando da miséria do povo e dão sempre um "jeitinho brasileiro", mesmo na seca e deixo de um "sol de rachar" (como dizem por aqui), para jogar o nosso dinheiro por água abaixo.

Guilherme Barros


Fontes:


quinta-feira, 18 de abril de 2013

A MAIS SUBLIME DECISÃO



O texto abaixo não foi escrito por mim, mas o transcrevi de um antigo livro de 1972 chamado Momentos Decisivos. Fico grato ao professor do Seminário Presbiteriano do Norte, Rev. Irineu Neto, que ao ler o livro percebeu que o texto havia sido escrito pelo meu bisavô, Pb. Abelardo Gouveia de Barros, contando um breve, mas impressionante, resumo de seu testemunho de vida cristã. Achei muito interessante e quero compartilhar com todos. Certamente temos muito a aprender com cristãos do passado que dedicaram suas vidas ao Senhor e deixaram frutos que perduram até hoje.
A MAIS SUBLIME DECISÃO
“Eu era Guarda Chefe do Departamento de Saúde. Em 1923, fui designado para ir a Canhotinho, fazer vacinações contra tifo e varíola. Para divulgar meu trabalho, pedi ao Pastor da igreja Presbiteriana, o Rev. Cícero Siqueira, que fizesse um aviso na sua igreja.
- É melhor o senhor mesmo fazer o aviso, respondeu o pastor.
Eu era da religião espírita e nunca havia entrado numa igreja evangélica. Relutei um pouco, mas finalmente concordei e assisti ao culto a fim de fazer o aviso. O sermão sobre o encontro de Zaqueu com Jesus me impressionou tanto que não me saiu da mente. Como Zaqueu, senti-me atraído para Jesus.
No ano seguinte, casei-me em Canhotinho com Alzira Reinaux, que tinha feito profissão de fé aos 12 anos sob o pastorado do Dr. George Butler. Alzira muito me ajudou no desenvolvimento da fé evangélica e logo me tornei membro da igreja. Resolvi, então, estudar muito a Bíblia com o propósito de preparar-me para servir a causa do Mestre.
Durante os 38 anos que viajei a serviço do Departamento de Saúde do Estado de Pernambuco, aproveitei as noites em cada cidade para pregar. Onde não havia igrejas, pregava em lares ou ao ar livre. Assim iniciei vários trabalhos que resultaram em escolas dominicais e igrejas, como, por exemplo, em Barreiros, PE. Durante nove anos trabalhei com o missionário William Neville em Brejão, Correntes, Poço Cumprido e São Pedro, em Pernambuco.
Hoje, com 73 anos, sou aposentado do Depto. De Saúde, mas não do trabalho da igreja.
Desde 1944 venho anotando num caderno os lugares onde prego, visitas efetuadas, folhetos distribuídos e decisões feitas. Dou muitas graças a Deus pelas decisões: até agora 636!
Reconheço que Deus tem usado as orações de outros crentes para abençoar meu trabalho. Devo muito, em primeiro lugar, a minha esposa que me acompanha em todas as atividades com oração. Às vezes ela aproveita horas de insônia e fica orando até pela madrugada. Os calos nos joelhos provam que é mulher de oração.
Alguns anos atrás, fui convidado para pregar no Engenho Piabas em Alagoas. Isso era perigoso porque o administrador do engenho tinha ameaçado matar qualquer crente que fosse pregar em suas terras. Aceitei o convite na condição de que um grupo de irmãos orasse durante 15 dias antes de minha ida para lá. Então, depois dos 15 dias, fui ao engenho.
O administrador soube da minha chegada e, muito zangado, reuniu seus auxiliares para ir ao meu encontro. A notícia se espalhou e o povo juntou-se para ver a matança.
Quando o administrador chegou perto e começou a blasfemar, eu perguntei:
– O senhor não é amigo do Pai do Céu?
– Sim, admitiu ele de má vontade.
– Pois bem. Foi Ele que me mandou aqui. O senhor não quer ouvir o recado de Deus?
O administrador pensou um pouco e resolveu ouvir a pregação. Preguei sobre “a mais sublime decisão que o homem pode fazer.”
No fim da pregação, o administrador, comovido, abraçou-me e se rendeu a Jesus Cristo. Confessou que era grande pecador, que já matará três homens. Aconselhei-o a que se confessasse à polícia.
O novo convertido seguiu o conselho e recebeu a sentença de apenas seis meses.
Vários dos 11 homens que o acompanharam naquele dia foram convertidos. Mais tarde, um deles tornou-se presbítero; outro é diácono numa igreja batista.
Minha mulher e eu temos muita satisfação no fato de que um dos nossos filhos, o Rev. Cephas Reinaux de Barros, foi pastor da igreja em Canhotinho, onde nós dois fizemos profissão de fé".

Abelardo Gouveia de Barros
Garanhuns, Pernambuco
(Adaptação de “O Edificador”, Secretaria de Educação Cristã, Recife, PE)

Bibliografia
Momentos Decisivos volume 1. Recife: Edipres, 1972. 57-59 p.


domingo, 24 de março de 2013

Cristianismo e Cultura

Texto elaborado para o fórum de discussão sobre Afrobrasilidade e o Cristianismo na Igreja Presbiteriana do Cabo de Santo Agostinho.

“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”. (Apocalipse 7:9,10)





Vivemos num país multicultural. Povos de muitas nações, raças, tribos e também de línguas variadas vivem no Brasil. O nosso país é formado por “holando-brasileiros”, “americano-brasileiros”, “germano-brasileiros”, milhares de tribos indígenas, “semitas-brasileiros” e também “afro-brasileiros”. Todos os povos que formam o nosso país, dos quais citei apenas alguns, apesar de provindos das mais variadas culturas e nações formam hoje, aqui no Brasil, uma única nação e também uma única cultura, que, ainda com diversas variações formam a cultura brasileira. Portanto, não deveríamos promover uma cultura em detrimento de alguma outra. Todos os povos que formam a nossa nação atual tiveram grande contribuição histórica, cultural e econômica. Então, minha opinião é que o estado não deve promover ou proteger uma cultura singular, como acontece atualmente, mas deixar que cada uma se desenvolva de forma particular e democrática, visto que todos os povos que aqui habitam tiveram que abdicar de pontos importantes da sua cultura original em favor de uma cultura “maior” que é a cultura brasileira.

Mas qual deve ser a cultura do cristão neste mundo pluricultural? Já disse o Rev. Dr. Heber Campos Jr.: “Cultura nenhuma nesse mundo é neutra. Ou ela agrada a Deus ou ela desagrada a Deus” (ver). Sabendo disso, entendemos que a cultura do cristão jamais pode ser neutra. O verdadeiro cristão vive para agradar a Deus. Isso independe do que a sua família pensa; do que a sua tribo ou nação pensa; do que o estado pensa. Isso também é independente da cor da sua pele ou do quanto a sua cultura originária é ou foi importante. Para o cristão só deve existir um alvo em sua mente, a Glória de Deus. Qualquer coisa que não contribua para este propósito deve ser deixada de lado. Ainda que tal coisa seja o aspecto primário da formação de uma cultura, o ambiente familiar. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha a sua vida perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á” (Mateus 10:37-39).

O cristão deve abrir mão de “toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo...” (2 Coríntios 10.5). Certa vez disse o reformador Zwínglio: “E quanto a Verdade, não podemos abandoná-la, mesmo que isso implique na perda de nossa vida, pois não vivemos para esta geração, nem para servir aos príncipes, mas para o Senhor”.

O cristão deve levar em conta que Cristo está acima de qualquer tradição. Não importa de quem descendemos, africanos, portugueses, ingleses, judeus, japoneses, brasileiros. “Nem se ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do que o serviço de Deus, na fé” (1 Timóteo 1.4).

Quando falamos de afro-brasilidade e o cristianismo, devemos entender que o Cristianismo não se molda a nenhuma cultura, mas indivíduos de culturas diversas se moldam ao ser de Cristo sendo, por ele, enxertados na descendência de Abraão com quem Deus fez sua aliança perpétua, disse Deus a Abraão:  “Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3). Dessa forma quer você seja um hindu, ou um mexicano, ou americano, senegalês, ou canadense, você pode exerce o cristianismo de forma autêntica, para isso basta entender que nós, os que somos de Cristo, somos “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, afim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1 Pedro 2:9).

Michael Horowitz, erudito judeu ortodoxo que nobremente assumiu a vanguarda da campanha em defesa dos cristãos perseguidos, calcula que uns 150.000 deles — o total dos mártires dos primeiros séculos — morrem anualmente assassinados pelas ditaduras da China, do Vietnã, da Coréia do Norte, do Irã, do Sudão, etc. Dessas ditaduras, umas são comunistas: cumprem fielmente a máxima leninista de "varrer o cristianismo da face da Terra". Outras são islâmicas: violam despudoradamente o mandamento corânico que proíbe a coerção em matéria religiosa. Coerentes ou incoerentes, são todas genocidas”. (CARVALHO, Olavo. A mensagem que não veio)

Isso se deve ao fato de que eles entenderam que são peregrinos e estrangeiros aqui; entenderam que Cristo é maior que a sua família, que a sua raça, que a sua nação. Como cristãos devemos entender que nossa caminhada é contrária a cultura do mundo e cânhamos isso de Contracultura Cristã. Nós devemos caminhar na contramão do mundo no que diz as obras infrutíferas das trevas. O mundo prega o egoísmo, nós devemos nos doar ao próximo e considerar os outros superiores a nós mesmos. O mundo prega a imoralidade, nós pregamos a santidade e como podemos obter os seus benefícios por meio de Cristo.
Igreja Presbiteriana do Cabo


quinta-feira, 7 de março de 2013

Mulher Preciosa



Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas joias.
(Provérbios 31:10)

Uma das principais características de uma joia fina são as horas de trabalho que o lapidador emprega para torná-la perfeita e de valor inestimável. O valor de uma joia também está extremamente associado ao teor de pureza dos materiais utilizados para confeccioná-la. Estes dois fatores, quando unidos, fazem das joias objetos raros, perfeitos e dignos de serem admirados por qualquer realeza. Outro fator interessante quando se fala de joias é que a maioria delas são encrustadas por pedras preciosas que, por sua vez, são os materiais mais duros existentes na natureza. O diamante, por exemplo, é o material mais duro existente devido a sua cadeia carbônica perfeitamente organizada sob extrema pressão. Isso garante que o seu brilho, depois de lapidado, permanecerá para sempre.

O rei Lemuel, que escreveu os versos do Provérbio 31, com certeza sabia reconhecer uma joia perfeita, sua mãe o havia ensinado muito bem.

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”, disse a feminista Simone de Beauvoir. Discordo deste pensamento em 180 graus. Diria que toda mulher nasce mulher, mas são raras as que se tornarão mulheres virtuosas, dotadas de talentos desejáveis por todos e dignas de realeza. As virtudes de uma mulher sobrepujam todos os aspectos exteriores. Algumas mulheres esbanjam uma formosura superficial, possuem belos corpos, são atraentes e priorizam a sedução no modo de falar e vestir, contudo no seu interior a muito perdeu a pureza adequada a uma joia, a peça rara que deveria ser de ouro maciço é apenas uma bijuteria que rapidamente perde seu valor e está acessível a qualquer um.

A mulher de Provérbios 31 possui, acima de tudo, qualidades que partem do interior e se manifestam no exterior. Seu valores adquiridos pelo ensinamento dos seus pais a respeito da lei de Deus são enxertados no seu interior lhe conferindo, valor, confiança, amabilidade, pureza, brilho, dureza, força, beleza, sabedoria que são virtudes contempladas por qualquer pessoa que dela se aproxime. “A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações” (Provérbios 31.25).

Nos nossos dias o feminismo tem feito das mulheres bijuterias que possuem beleza, graça, sensualidade, simpatia, mas que são vestimentas superficiais, enganosas e de baixíssimo valor. O feminismo entrega as mulheres ao sexo irresponsável, à impureza e à corrupção do seu ser, e lhes diz: “agora vocês são iguais aos homens”. Mas em que estas mulheres que aderem a tal movimento se tornaram iguais aos homens? A observação empírica do feminismo é que a “qualidade” mais buscada pelo igualitarismo feminista nos homens é a imoralidade deles. É nisso que as feministas da atualidade buscam na sua luta travada com os homens. E você, como mulher, o que busca? Bijuterias ou pedras preciosas?

Talvez você, que leu este breve artigo, tenha observado que vários aspectos da sua vida não se encaixam na vida de uma mulher virtuosa, segundo o padrão de Deus para a humanidade. No entanto, não importa a sua idade, não é tarde para você ser trabalhada pelo Lapidador Celeste, o Senhor Jesus Cristo. Ele é capaz de expor a você os seus pecados ao ponto de você não conseguir impedir que ele lapide o seu coração de pedra e o transforme em um coração de carne sensível ao Espírito Santo e a sua Lei. Entregue o seu caminho a Cristo e você refletirá a luz de Deus na sua vida de tal forma que ofuscará qualquer diamante.

Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada” (Provérbios 31:30).

Guilherme Barros

sábado, 26 de janeiro de 2013

Filhos? É melhor um cachorrinho!



A muito tenho atentado para esta questão, apesar de não ter escrito nada a respeito. Sempre que assisto TV, o que não faço com tanta freqüência, vejo pessoas que criam seus animais como se fossem crianças e até numa posição mais elevada do que a posição de um filho. Enchem de presentes desnecessários, fazem festas de aniversário com comidas especiais, vestem roupas e até colocam calçados para leva-los a um passeio na rua. Existem até “salões de beleza” especializados para tal. Com certeza este é o motivo pelo qual as empresas de pet shop crescem tanto no nosso país.
Outro dia estava assistindo um programa de TV a Cabo chamado Missão Pet. Trata-se e um domador que animais domésticos que visa sanar as dificuldades entre os bichos e seus donos, quase uma Super Nany. Neste programa vi um casal que criava um bulldog como se fosse um filho e, tanto a rotina do casal como o planejamento futuro deles eram baseados em função do cão. O curioso é que eles queriam ter um filho, mas não sabiam quando o cachorro estaria preparado para lidar com a situação. Achei muito engraçado no momento, contudo vejo uma tragédia por trás disso tudo.
É comum, em nossos dias, pessoas criarem bichos como se fossem gente e a tragédia que vejo nisso é o colapso moral que nossa sociedade está mergulhando. Para o modelo de sociedade atual existem muitas vantagens em criar cães, gatos, pássaros, ratos, cobras, iguanas, furões, etc. em relação a criar filhos. Animais não raciocinam, portanto jamais questionaram seus donos. Animais também vivem (em geral) bem menos que um ser humano o que isenta seus donos de uma responsabilidade permanente. Animais domésticos raramente, ou com bem menos frequência que os humanos, atacam seus responsáveis mortalmente.
Nosso país tem taxas de assassinatos altíssimas, foram cerca de 50 mil ano passado (leiatambém). Matricídios e parricídios estão inclusos. Outro crime que vem crescendo extraordinariamente em nosso país é a agressão contra o idoso.  Esta situação reflete a desintegração da célula máter da sociedade, a família. Uma Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde nos revela que dos 93 mil idosos que são internados todos os anos no Sistema Único de Saúde (SUS), 27% são vítimas de violência. Em 2007, 116 mil pessoas acima dos 60 anos foram agredidas no Brasil, segundo dados do Governo Federal. Outro dado nos mostra que 12% dos 18 milhões de idosos brasileiros já sofreram maus-tratos e o mais assustador é que, 54% das agressões são causadas pelos próprios filhos dos idosos (Portaldo Envelhecimento). Até o momento nunca soube de um cão ou gato que matou sua própria mãe. Assim é bem mais vantajoso criar um bichinho. Eles não vão bater em você quando você estiver bem velhinho.
            Olhando para dados como estes fica evidente que o nosso Brasil vai de mal a pior. Os filhos já não são mais desejados como Salomão assim cantou:
Herança do SENHOR são os filhos;
o fruto do ventre, seu galardão.
Como flechas na mão do guerreiro,
Assim os filhos da mocidade.
Feliz o homem que enche deles a sua aljava;
Não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos a porta.
            Os Filhos são o sinônimo de uma bênção sem igual dada por Deus, mas não são os bichinhos que estão destruindo tal bênção. O que a destrói e destrói a nossas sociedade é que estamos entregando a educação dos nossos filhos ao governo. Nossas mulheres, ludibriadas pelo pensamento progressista e feminista, desejam acima de tudo igualdade, independência, liderança e libertinagem sexual, e isto lhes consomem o tempo para o desejo de ser mãe e sustentadora do lar. Por outro lado os homens são cada vez mais frouxos, não entendem o seu próprio papel e passam suas vidas presos aos videogames, noites de farra e irresponsabilidade; não são homens o suficiente para assumir um compromisso sério de matrimonio e muito menos para ter filhos. Tais coisas contribuem para o crescimento do aborto que é a fuga de uma responsabilidade por meio de um assassinato.  
            Precisamos voltar aos fundamentos sólidos da Palavra de Deus se quisermos uma sociedade justa, com famílias bem ajustadas e que desejam crescer em número e em qualidade. Acho essa não é bem a intenção daqueles que governam nosso povo...

Família Duggar

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Hipocrisia de Judá


    Hipócrita é a qualidade daquele que assume temporariamente um papel ou uma personagem que não condiz com o seu caráter e personalidade. Em outras palavras, o hipócrita é um verdadeiro ator que possui uma máscara a fim de impedir que os outros vejam quem de fato ele é.
    Judá o quarto filho de Jacó também vestiu uma máscara para encobri o seu pecado. A Bíblia nos mostra de maneira clara sua hipocrisia. Em Gênesis 38 é narrada a história do relacionamento de Judá com sua nora Tamar. Aconteceu que Tamar, após a morte de seu marido foi enviada para casa de seu pai para ali permanecer na sua viuvez até que o filho mais novo de Judá se tornasse adulto para casar-se com ela e cumprir a lei do levirato. Tamar, temendo que tal lei não fosse cumprida, se disfarçou de prostituta e se pôs no caminho que Judá passaria. Judá se relacionou sexualmente com Tamar (sem saber que era a sua nora) e deu por garantia de pagamento seu selo, seu cordão e seu cajado. Tais objetos identificavam facilmente o seu dono. Tamar, entretanto, voltou a casa de seu pai e se pôs novamente em sua viuvez. Judá, porém, tentou fazer o pagamento a prostituta, contudo não mais a encontrou, e temendo que descobrissem o seu adultério, afirmou: “Que ela guarde para si, para que não nos tornemos em opróbio” (Gn 38.23). Passados três meses, Tamar foi descoberta grávida e acusada de adultério, e foi aí que o ponto alto da hipocrisia de Judá apareceu. Judá se pôs no lugar de Juiz e anunciou sua sentença: “Tirai-a para fora para ser queimada” (Gn 38.24). Mas Tamar, que havia guardado os objetos de Judá, revelou a todos que o verdadeiro criminoso era Judá mostrando-lhes os objetos que o identificavam. E aquele juiz mascarado tornando-se imediatamente réu, afirmou: “Mais justa é ela do que eu, porquanto não a dei a Selá, meu filho” (Gn 38. 26a).
    Todo homem tem a sua medida de hipocrisia. Todos nós cometemos pecados (Rm 3.23) e os encobrimos; nós colocamos máscaras sobre máscaras em nossos rostos. E muitos de nós ousamos, como Judá, nos tornar como juízes. Mas até quando? Até que sejamos desmascarados.  E ser desmascarado nesta circunstância é o mesmo que ser envergonhado. Não podemos carregar nossas máscaras para sempre, pois um dia estaremos frente a frente com o Pai, o Justo Juiz. Um dia estaremos diante do grande trono branco, no qual o Cordeiro estará assentado e julgara a todos.
    Judá demonstrou arrependimento pelo seu ato, “ele nunca mais a possuiu”, diz a Palavra (Gn 38.26b). Assim também todo homem necessita confessar o seu pecado ao Senhor e arrepender-se. E, como disse Martinho Lutero, “Não voltar a fazer determinada coisa é a essência do verdadeiro arrependimento”. Confessemos os nossos pecados a Deus e produzamos frutos dignos de arrependimento, pois “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda” (1 Jo 2.28).

Guilherme Barros
Leia Também:
O Culto Agradável a Deus
Quem pode te livrar da maldição?