segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A ti, SENHOR, elevo a minha alma

Como é pesado o fardo de quem anseia por repouso e não tem onde descansar! Como é pesada carga daqueles que, sendo oprimidos, não sabem a quem recorrer! Oh! Como aguilhoadas no coração é a angustia sem consolo.

É triste saber que muitos se encontram nesta situação. Num país tão violento e tão cheio de tragédias como o nosso, sempre encontramos pessoas presas aos sofrimentos causados pelas perdas de entes queridos. Não obstante, vemos muitos perdidos que não sabem para onde ir, ou a quem devem seguir. São como cinzas levadas pelo vento: sem rumo certo; sem norte!

Será que você já passou ou passa por alguma situação assim? Será que você conhece alguém nesta situação?

Davi, o autor deste salmo, passou por muitos momentos difíceis, cruéis e angustiantes durante a sua vida. Mas diferente de muitos ele sabia o que fazer, e, mais que isso, Davi soube a quem recorrer. Lamentando em oração ele disse: “A ti, SENHOR, elevo a minha alma” (Salmo 25.1).

O Desespero -Gustave Coubert
Quando fomos criados Deus soprou em nós o fôlego da vida e nos fez “alma vivente”. Davi sabia que apesar de a sua vida parecer ser sua, ele não deveria fazer dela o que bem entendesse, pelo contrário, ele entendia que se agisse dessa forma ele não suportaria o fardo das suas tristezas, dos seus inimigos e das suas enfermidades. Assim o rei Davi elevou sua alma a Deus.

O verbo elevar em hebraico (língua original do Antigo Testamento) pode ser traduzido também por carregar, levar, erguer. Assim Davi reconhece diante de Deus o quanto ele é pequeno e necessitado ao ponto de não poder suportar as aflições da sua própria vida sozinho, então, ele não vê alternativa melhor do que levar para o SENHOR a sua alma.

Para quem você tem entregado a sua vida? Para qual finalidade você tem vivido? Será que aquilo que você faz traz alívio verdadeiro para os fados ou cargas que estão sobre você? Será que você tem paz verdadeira ou busca a paz em coisa passageiras?

Jesus Cristo, nosso Senhor, veio para trazer “paz a todos quantos ele quer bem” (Lucas 2.14). Não existe caminho melhor do que por as nossas almas nas mãos daquele que venceu a morte; daquele que ressuscitou e que nos diz: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).


Oh Meu caro leitor! Ouça a voz daquele que te chama: Vinde a mim diz o Senhor!

sábado, 22 de agosto de 2015

A Doença Presbiteriana

   Ontem fiz uma visita à casa do meu avô Rev. Cephas Reinaux de Barros. Ele me mostrou muitas fotografias antigas de seu arquivo pessoal que remontam um período de aproximadamente 60 anos de seu ministério na Igreja Presbiteriana do Brasil.

   Esta foto despertou prontamente a minha atenção pelo fato de mostrar um caminhão, Chevrolet 1951, transportando de forma precária muitas pessoas. Eu logo perguntei qual a história daquela imagem e fiquei ainda mais impressionado com seu significado.

   Trata-se de um caminhão carregado de crentes. Homens, mulheres, crianças e idosos cheios de vigor indo de Garanhuns para Canhotinho no agreste de Pernambuco (trecho de 44 km de estrada de barro na época) para um dia de evangelismo no dia 12 de agosto de 1959 em comemoração do centenário da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB).

   A foto provocou em mim um misto de alegria e tristeza. Alegria por ver que a nossa denominação (IPB) tinha os olhos, o coração e também os pés prontos para as missões, o que fazia os nossos irmãos do passado se empenharem com afinco à causa de Cristo. Por outro lado me veio também a tristeza, pois de um modo geral, como pastor da IPB que sou, não vejo a mesma dedicação dos irmãos presbiterianos hoje, e pouquíssimos são os que se disporiam à deixar o conforto de lado em favor do evangelho (a começar pela nossa liderança).

   Olhos fechados, corações endurecidos e pés atrofiados são marcas da IPB atual. Se as minhas palavras não convencem a você de que o presbiterianismo brasileiro está doente, veja os dados e compare:


  • Igreja Presbiteriana Nacional do México: 114 anos, 6.000 igrejas, 2,8 milhões de membros, 2ª maior denominação do México;
  • Igreja Presbiteriana da Coréia do Sul: 128 anos, 10 milhões de membros, possui o 5º maior templo do mundo em Pyungkang Cheil que comporta 60 mil pessoas por culto, sendo também a maior denominação da Coréia do Sul;
  • No Brasil, os nossos "irmãos mais novos" da Convenção Batista Brasileira: 150 anos, 8.357 igrejas, 3,7 milhões de membros;
  • Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB): 156 anos, 5.392 igrejas, 921 mil membros.
   Os dados mostram igrejas mais novas e de linhas tradicionais e reformadas tanto quanto nós, mas que obtiveram um crescimento muito superior ao nosso. O batistas aqui, por exemplo, são quatro vezes mais numerosos que nós presbiterianos que já fomos a maior denominação do Brasil no passado. 

   A doença presbiteriana certamente não está na forma de transporte que utilizamos para ir ou levar irmãos ao evangelismo, mas a doença está em que nós mudamos com o passar das gerações. Vamos de lado a lado utilizando transportes muito mais confortáveis e velozes que um caminhão Chevrolet 1951, temos os mais avançados meios de comunicação, as mensagens instantâneas, mas esquecemos no meio de todo esse alvoroço a coisa mais importante, A MENSAGEM

   Temos os mais eficazes meios de transporte para que a mensagem se propague rapidamente e da maneira mais adequada e segura, no entanto as Boas Novas parecem ter "perdido a graça", pois demandam tempo demais e cuidados demais para o ágil presbiteriano de hoje em dia que vai ficando para traz.

   O remédio é algo bem drástico, porém simples. Dispensem os carros e vamos a pé até ao nosso parente, amigo, colega de trabalho e anunciemos com as nossas vozes e a nossa prática a Palavra do Senhor, pois "quão formosos são os pés do que anunciam coisas boas!" (Rm 10.15). 



quarta-feira, 22 de julho de 2015

Feliz dia do AMIGO!


Feliz Dia do Amigo!

    "A amizade surge do mero Companheirismo quando dois ou mais companheiros descobrem que têm em comum alguma idéia, interesse ou mesmo gosto de que os demais não partilham e que, até aquele momento, cada um deles acreditava ser seu tesouro (ou fardo) especial." (C. S. Lewis)
    Jesus Cristo é nosso amigo. Ele nos chama para compartilhar coisas maravilhosas que ele conhece do seu Pai. Estas coisas são tão especiais que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano..."; são segredos de Deus que somente serão e já, em parte são, revelados somente aos seus amigos. Com Ele nós podemos compartilhar o nossos mais íntimos segredos e dEle recebemos o mais sábios conselhos para todas as situações. Ele nos dá paz e alegria, e nos momentos mais difíceis, nos ajuda a suportar o fardo.
    Como amigos de Cristo, nós devemos naturalmente ter também o interesse de experimentar e realizar as mesmas obras que ele realizou. Afinal de contas, amigos sempre fazem as mesmas coisas juntos! E o nosso Amigo nos chama a fazer as mesmas obras que ele: "Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei." (João 15:12).
    Meus amigos, Cristo, o nosso Senhor, nos chama para um profundo relacionamento de amizade com ele. Ele te chama para agir com ele, para ir as mesmas diversões que ele e também para carregar com ele o mais pesado dos fardos nessa caminhada da vida cristã a qual havemos de experimentar o mais profundo amor e a mais excelente glória em sermos feitos amigos de Deus.
    "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque, tudo quanto ouvi de meu Pai, vos tenho feito conhecer." (João 15.15)

sábado, 17 de janeiro de 2015

Somos PÓ

Como homens nunca podemos esquecer esta verdade: Somos pó.

Quando varremos nossas casas ou espanamos nossos móveis lançamos para fora o tão indesejável pó. Ao vermos no final da faxina aquele monte de sujeira na pá, que em breve vai à lixeira, quase nunca, ou mesmo jamais, passa pela nossa mente que somos constituídos pelos mesmos elementos os quais desejamos nos ver livres.

Geralmente nos esquivamos dessa realidade (real fragilidade). Temos uma visão sobremodo elevada de quem nós somos e nos esquecemos dos reais elementos que compõem a nossa matéria. Por mais baixa que seja a nossa estima raramente, ou quase nunca, tomamos consciência de que somos o pó que contaminou a terra e a fez maldita. A soberba é cada vez mais constante e nós buscamos sempre erguer monumentos para si, como fez Saul após vencer os amalequitas (1 Samuel 15).


O pecado sempre é uma falha tentativa de nos elevarmos da condição de pó até a condição de Deus. Como disse a enganadora serpente no Éden: “...no dia em que dela comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gênesis 3.6). E os nossos olhos foram abertos, assim também nossos corpos foram abertos à corruptibilidade. Tal conhecimento é insuportável à nossa estrutura física. O mal nos faz perecer; nos faz voltar a ser pó; nos descria, pois não fomos criados para conhecê-lo, visto que tal conhecimento trás consigo a nossa destruição. E apesar de termos nos tornado como Deus (conhecedores do bem e do mal), não nos tornamos iguais a Deus que tem o poder inerente ao seu ser de conhecer o mal e até mesmo ordená-lo sem que seja corrompido por ele. Nós, pelo contrário, corrompidos somos, pó somos.

Penetras no jantar de Cristo

     Os momentos de refeição estão entre as situações mais particulares de uma família. Não convidamos qualquer pessoa para comer conosco, apenas os mais chegados se assentam em nossas mesas. Quando desejamos um momento de comunhão entre amigos ou colegas de trabalho geralmente preparamos refeições. De fato esses instantes particulares com convidados seletos nos aproximam e evidenciam a fraternidade que temos uns com os outros.
            No entanto, os jantares e almoços, os quais participamos, também são reveladores. Podemos observar o quanto uma relação social é saudável pelo modo como os envolvidos interagem enquanto se alimentam. Numa família saudável um jantar, mais do que saciar a nossa fome, sacia o nosso desejo de se relacionar com os nos pais, irmãos e agregados. Mas quando alguma coisa vai mal o silêncio, a discórdia e o egoísmo toma conta e não sentimos o real sabor dos alimentos e das relações humanas afetivas que nos satisfazem. Toda aquela alegria vai embora e as diferenças se tornam evidência.
            A ceia da igreja de Corinto revelou ao apóstolo Paulo uma igreja dividida, egoísta e que se ajuntava para pior e não para melhor. Uma igreja onde cada um visava os seus próprios interesses; onde cada um tentava escolher a melhor e maior parte nas refeições, de modo que no seu jantar havia uns que passavam fome, enquanto outros se embriagavam (1 Co 11.21). Por esse motivo Paulo os anuncia: “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis.” (1 Co 11.20).
            O jantar dos coríntios não representava a família saudável; a igreja sã que se relaciona com Cristo. Pelo contrário, boa parte deles era como penetras no jantar de Cristo. O penetra é aquele que não está interessado no que o anfitrião pensa, ou em se relacionar com os convidados e com os que oferecem aquele momento, mas a única coisa que cabe em seus pensamentos é o seu próprio desejo carnal. A inveja, o egoísmo, a discórdia, a gula, a difamação, a falta de discernimento são partes do seu ser que se evidenciam num momento assim.
            A falta de relacionamento com Deus é a marca de muitas igrejas em nossos dias. Crentes que, como os coríntios, embriagados em seus pecados, se acham no direito de assentar na mesma mesa de Cristo e cear com ele. Crentes que vão ao jantar de Cristo para prestar satisfação aos homens e não pelo desejo de contribuir com a unidade da igreja, muito menos pelo anseio de se tornar mais íntimos de Cristo. Para estes é que Paulo diz, “Não é a ceia do Senhor que comeis”.
Não! Não jantaremos com Cristo, o nosso Senhor, enquanto não aprendermos a discernir quem somos, quem Cristo é, e para que fomos convidados. Somos convidados, não para enchermos a nossa pança de vinho e pão, mas para enchermos a nossa vida com os palavras do Anfitrião que alimentam o nosso ser e preenchem a nossa alma de alegria.

“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma o pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (1 Coríntio 28-30).