Quem há de se vangloriar diante de Deus?
Diante do Deus que não possui vangloria, mas sim a glória
que é inerente do seu ser, pois Ele é o que é e ninguém pode acrescentar ou
diminuir um cisco que seja à sua glória, quem há de se vangloriar?
Ao contrário de Deus, nós podemos nos vangloriar e
fazemos isso o tempo inteiro. Quando passamos uma falsa imagem de quem somos
para as outras pessoas ou quando tentamos atribuir poder a nós por quaisquer
motivos que sejam, por meio daquilo que temos em nossas posses, do cargo que
ocupamos, do título que possuímos ou de quem somos parentes, toda vez que fazemos
algo desse tipo estamos nos vangloriando diante dos homens. O homem, em si
mesmo, jamais possuirá a glória como seu atributo inerente, mas, apesar de
parecer cômico, tentamos nos exaltar fazendo uso de coisas que são vãs, vazias,
passageiras e sem valor significativo, a fim de adicionar a nós mesmos alguma “glória”.
Mas aquilo que possuímos hoje, aqui nesta vida, amanhã já não possuiremos mais.
Dessa forma, podemos dizer que se vangloriar é, para nós,
o mesmo que encher dezenas de baús com tampinhas de garrafas de refrigerante, e
sair afirmando para todos que encontrar que você era o dono do garimpo de Serra
Pelada e que em seus baús se encontram centenas de barras de ouro. Se
vangloriar é, para nós, o mesmo que sair por aí dirigindo um Fusca 1600 dizendo
a todos que o seu carro é primo do Golf. Entretanto, para Deus, a vangloria é o
mesmo que nos achegarmos diante dEle e mostrarmos alguma riqueza, ou algum tipo
de sabedoria que, perante os homens, tem algum valor.
Diante de Deus aquilo que possuímos ou quem somos não tem
valor algum. Diante de Deus ainda que sejamos os mais sábios dos homens a nossa
sabedoria não tem valor; ainda que tenhamos em nossas mãos verdadeiros baús de
ouro, para Deus é de todo desprezível. Aos olhos de Deus Chiquinho Escarpa e
seu Bentley enterrado no quintal são um zero a esquerda, “porque a loucura de
Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os
homens” (1 Coríntios 1.25).
Apesar desta realidade, existe um único meio pelo qual ao
homem pode ser atribuída verdadeira glória. A única possibilidade é se o Senhor
que é digno de toda glória resolver atribuir glória a quem Ele desejar. E Deus
faz isso escolhendo justamente aqueles que não tem do que se vangloriar. Na
contra mão do mundo “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para
envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas para envergonhar as fortes; e
Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não
são, para reduzir a nada as que são; afim de que ninguém se vanglorie na
presença de Deus” (1 Coríntios 1.28-29).
Não nos vangloriemos, antes estejamos aptos para sermos
revestidos da glória que pertence ao Senhor da Glória.