quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

O Que Aconteceu Com Os Primeiros Evangélicos no Brasil

Os Primeiros Evangélicos no Brasil

A "França Antartica"

    No início da sua história, o Brasil foi alvo do interesse político e econômico de diversas nações européias, entre elas a França. Assim, em novembro de 1555 uma expedição comandada pelo vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon (1510-1571) chegou à Baía da Guanabara e implantou uma colônia que ficou conhecida como França Antártica. Esse empreendimento contou com o apoio do almirante Gaspard de Coligny (†24-08-1572), influente estadista e futuro líder dos calvinistas franceses, os huguenotes.

    Sendo inicialmente simpático à causa da Reforma e procurando elevar o nível moral e espiritual da sua colônia, Villegaignon escreveu a João Calvino solicitando o envio de colonos protestantes. A Igreja Reformada de Genebra atendeu prontamente ao pedido, enviando um grupo de evangélicos sob a liderança de dois pastores, Pierre Richier e Guillaume Chartier.

    
A Chegada
    A nova expedição chegou à Baía da Guanabara no dia 7 de março de 1557. Três dias depois, a 10 de março, uma quarta-feira, os colonos desembarcaram na pequena ilha (Forte Coligny) e realizaram o primeiro culto protestante no Brasil e possivelmente no Novo Mundo. O oficiante foi o Rev. Pierre Richier, que, acompanhado de todos, cantou o Salmo 5 (hino 122 do Hinário Presbiteriano: "À minha voz, ó Deus, atende"). Em seguida, o referido pastor pregou um sermão sobre o Salmo 27.4: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei, que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo." No domingo 21 de março houve a primeira celebração da Santa Ceia.
    
    Influenciado pelo ex-dominicano Jean Cointac, Villegaignon passou a entrar em atrito com os calvinistas sobre uma série de questões teológicas, reproduzindo nos trópicos o que acontecia na Europa. Ele inicialmente proibiu aos reformados a celebração da eucaristia, depois as pregações e finalmente as reuniões de oração. O pastor Chartier foi enviado à França em busca de instruções e os colonos protestantes foram expulsos da pequena ilha em que a colônia estava instalada, até hoje conhecida como Ilha de Villegaignon.

    
A Traição
    A expulsão colocou os calvinistas em contato direto com os índios tupinambás, aos quais procuraram evangelizar, sendo esse evento o primeiro contato missionário protestante com um povo não-europeu. Entre esses reformados estava o sapateiro Jean de Léry, que mais tarde escreveu um valioso relato dessas experiências, intitulado História de uma Viagem Feita à Terra do Brasil, publicado em Paris em 1578. Em seu livro, Léry não somente fornece informações sobre a natureza, a fauna e a flora de um Brasil ainda intocado pela civilização branca, mas descreve de maneira singularmente perspicaz e objetiva os mais variados aspectos da cultura indígena.

O Martírio
    Ao passar pelas imediações um navio que se dirigia para a França, os frustrados colonos resolveram retornar ao seu país. Pouco depois, quando o barco ameaçou naufragar, cinco calvinistas ofereceram-se para voltar à terra. Estes cinco – Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques Le Balleur – foram prontamente aprisionados por Villegaignon, que apresentou-lhes uma série de questões teológicas e exigiu uma resposta por escrito dentro de doze horas. Esses leigos redigiram um notável documento, conhecido como Confissão de Fé da Guanabara, que finalmente custou as suas vidas.
 
    Diante da recusa dos calvinistas em abjurar as suas convições, Villegaignon condenou-os à morte. Bourdel, Verneuil e Bourdon foram estrangulados e lançados ao mar. André Lafon, sendo o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada sob a condição de que não divulgasse as suas idéias religiosas. Jacques Le Balleur fugiu para o continente, indo parar em São Vicente, onde pregou as suas convicções. Por insistência dos jesuítas, foi levado para a capital colonial, Salvador, onde esteve aprisionado por vários anos (1559-1567). Em 1567, o governador geral Mem de Sá levou-o para o Rio de Janeiro, fundado recentemente, onde ele foi enforcado e os últimos franceses foram finalmente expulsos.

    Política e ideologicamente, o empreendimento francês foi obviamente um fracasso, não tendo sido adequadamente concebido em termos de seus propósitos, tanto seculares quanto religiosos. Em especial, a questão religiosa, não tendo sido resolvida na França, não o poderia ser no Brasil. Todavia, o experimento, apesar do seu trágico desfecho, tem grande valor para a história do protestantismo, em virtude do seu caráter pioneiro. A França Antártica foi a primeira tentativa de implantação de uma igreja reformada e de um trabalho missionário protestante na América Latina. O heroísmo dos mártires calvinistas tem inspirado sucessivas gerações de evangélicos no Brasil e no mundo.

Fonte:DE MATOS, Alderi. A "França Antártica": Primeira Presença Calvinista no Brasil  Souza. https://www.thirdmill.org/files/portuguese/44627~11_1_01_10-35-08_AM~Primeira_Presen%C3%A7a_Calvinista_no_Brasil.html. consultado em 30 de dezembro de 2021.




terça-feira, 28 de dezembro de 2021

FRAQUEZA 2 - A Sopa de Letrinhas Virou Um Livro

 


10 Fraquezas Sérias com a Teoria da Evolução

Fraqueza Número 2:
A Sopa de Letrinhas Virou Um Livro


    Imagine que você está com seu filho à mesa de jantar e, imediatamente após você ter posto um caldeirão cheio de sopa de letrinha sobre a mesa, começasse a acontecer um violento terremoto, então você deixa tudo e sai correndo com seu filho para fora de casa. Depois de ter passado o terremoto você e seu filho entram novamente na casa para ver o que restou. Quando chegam a cozinha vocês encontram o caldeirão ao chão, mas algo maravilhoso aconteceu em meio a desordem total, as letras da sopa se organizaram através de um processo natural em um livro de investigação criminal totalmente coerente.

    Evidentemente a possibilidade para que isso ocorra além da imaginação é nula. Mas é justamente isso que os evolucionistas querem encucar na mente das pessoas. Isso é totalmente irracional, no entanto nós pagamos para que nossos filhos aprendam esse absurdo na escola e na faculdade.

    Os teóricos evolucionistas acreditam justamente que os "blocos de construção da vida" que surgiram da "sopa primordial" produziram proteínas e moléculas orgânicas complexas e isso totalmente por acaso e que essas moléculas foram se tornando cada vez mais elaboradas até se autorreplicarem. Daí em diante eles acreditam que a seleção natural Darwiniana tomou conta do processo favorecendo aquelas moléculas que eram capazes de fazer cópias de si mesmas. Até que essas moléculas evoluíram ao ponto de si tornarem máquinas complexas e decodificadas como o DNA.

    Ou seja, a sopa de letrinhas se transformou, por acaso, num livro e ao longo de bilhões de anos numa enciclopédia. Você acredita!

    Por acaso, teriam os teórico modernos explicado como ocorreu essa mudança crítica de substâncias químicas sem vidas em sistemas moleculares autorreplicantes? O fantástico mundo da imaginação científica continua a inventar teorias irracionais. Eles explicam que a origem da primeira vida surgiu no que eles chamam de "mundo RNA". Como o RNA é capaz de transportar informações genéticas e catalisar algumas reações bioquímicas, alguns teóricos afirmam que as primeiras formas de vida eram compostas somente por RNA.


    Mas há muitos problemas com essa teoria.

Primeiro, essas primeiras moléculas de RNA teriam de surgir por processos químicos, não biológicos e sem controle, mas moléculas de RNA não surgem espontaneamente, é necessário um químico laboratorial bem treinado em um ambiente controlado, conduzindo todo o processo de maneira inteligente. O químico da Universidade de Nova Iorque, Robert Shapiro, criticou os esforços daqueles que tentaram produzir RNA no laboratório, afirmando: "A falha está na lógica - como esse controle experimental por pesquisadores em um laboratório poderia estar disponível na Terra primitiva". Ou seja, a menos que se admita a existência de laboratórios e cientistas bem treinados na Terra primitiva, as moléculas de RNA não poderiam ter surgido na origem do mundo.

Segundo, ainda que se demonstre que o RNA execute muitas funções na célula, não há evidências que ele possa executar todas as funções celulares que são desempenhadas por proteínas.

Terceiro, a hipótese do "mundo RNA", não explica a origem da informação genética.

    Os materialistas defensores do imaginário "mundo RNA", afirmam que a primeira vida autorreplicante  baseada em RNA deveria ser composta por moléculas com cerca de 200 a 300 nucleotídeos. Mas como esses nucleotídeos seriam postos na ordem exata? A resposta deles é que o acaso e o tempo fizeram isso. Parece até piada, mas a possibilidade de isso realmente acontecer em uma molécula com 250 nucleotídeos, por exemplo, é de 1 em 10¹⁵⁰ abaixo do limite da probabilidade de ocorrer no universo e está muito longe de ocorrer na história do Universo.

    Para ficar mais simples, é impossível na história do Universo uma sopa de letrinhas se transformar em um texto coerente de 250 palavras, através de um processo natural não guiado.

    Segundo Shapiro, "o aparecimento súbito de uma grande  molécula autorreplicante tal como RNA era extremamente improvável... [a probabilidade] é tão ínfima tal que o seu aparecimento uma vez sequer em qualquer lugar do Universo visível já contaria como uma obra de muita sorte".


Em quarto e mais importante, a hipótese do mundo do RNA não explica a origem do código genético em si. A fim de de evoluir para vida que existe hoje baseada em DNA e proteínas o mundo do RNA precisaria desenvolver a capacidade de converter informações genéticas em proteína. No entanto este processo de transcrição e tradução requer um conjunto grande de proteínas e máquinas moleculares, que são eles mesmo codificados por informação genética. Isso trás o típico problema do ovo e da galinha, onde as enzimas essenciais e máquinas moleculares são necessárias para executar a tarefa mesma que as constroem


O Galinha e o DVD

Para avaliar esse problema, considere a origem do primeiro DVD e do primeiro leitor de DVD. Os DVDs são ricos em informação, mas sem os leitores de DVD para ler e converter estas informações em imagem e som os DVDs seriam inúteis. Mas e se as instruções para criar o primeiro leitor de DVDs só fossem encontradas codificadas em um DVD? Você nunca poderia rodar o DVD para aprender como construir um leitor de DVD. Então como o primeiro disco e o primeiro leitor de DVD teriam surgido? A resposta é óbvia: um processo controlado com objetivo (ou seja Design Inteligente) é necessário para produzir tanto o leitor como o disco ao mesmo tempo.

    Em células vivas, as moléculas de transporte de informação (por exemplo, DNA ou RNA) são como o DVD e a maquinaria celular que lê essa informação e converte em proteínas são como o leitor de DVD. Assim como a analogia do DVD, a informação genética nunca poderia ser convertida em proteínas sem a maquinaria adequada. No entanto, nas células, as máquinas necessárias para o processamento da informação genética no RNA ou DNA são codificados por essas mesmas moléculas genéticas. Elas executam e constroem a própria tarefa que as constrói.

    Esses sistema não pode existir, a menos que tanto a informação genética quanto o mecanismo de transcrição/tradução estejam presentes ao mesmo tempo e que ambos falem a mesma língua. O biólogo Frank Salisbury explicou esse problema em um artigo do American Biology Teacher não muito depois de o código genético ter sido descoberto pela primeira vez: 

"É interessante falar sobre moléculas de DNA replicantes provenientes de um mar-sopa, mas nas células modernas essa replicação requer a presença de enzimas adequadas... A ligação entre o DNA e a enzima é altamente complexa, envolvendo RNA e enzima para sua síntese em um modelo de DNA; ribossomos; enzimas para ativar os aminoácidos; e moléculas de RNA de transferência... Como, na ausência de enzima final, a seleção poderia agir sobre o DNA e todos os mecanismos para replicá-lo? É como se tudo devesse acontecer ao mesmo tempo: todo o sistema deve vir a existir como uma unidade, ou ele é inútil. Pode muito bem existir maneiras de sair deste dilema, mas eu não as vejo no momento."

    Apesar de décadas de trabalho os teóricos da origem da vida ainda estão perdidos em explicar como esse sistema surgiu. Em 2007, o químico de Harvard, George Whitesides, recebeu a Medalha Priestley, o maior prêmio da American Chemical Society. Durante seu discurso de aceitação, ele deu essa análise firme, reproduzida na respeitada revista Chemical and Engineering News: 

"A origem da vid. Este problema é um dos grandes da ciência. Ele começa colocando a vida, e nós, no universo. A maioria do químicos acreditam, como eu, que a vida surgiu espontaneamente a partir de misturas de moléculas na Terra pré-biótica. Como? Eu não faço ideia."

De forma similar, o referido artigo em Cell Biology International conclui: "Novas abordagens para investigar a origem do código genético são necessárias. As limitações da ciência histórica são tais que a origem da vida poderá nunca ser entendida". Ou seja, as limitações poderão nunca ser entendidas, a menos que os cientistas estejam dispostos a considerar explicações científicas que levem em conta a intencionalidade, como o design inteligente.

    Mas há um problema muito mais profundo com as teorias da evolução química, bem como as da evolução biológica. Isto não se refere apenas a capacidade de processar informação genética através do código genético, más a origem mesma da informação.



Fontes: 

Esta série de artigos é um resumo adaptado da série O Top Dez dos Problemas Científicos com a Biologia e a Química Evolutivaescrito pelo Dr. Casey Lunskin, PhD em Geologia pela Universidade de Johannesburg. O nosso artigo é uma adaptação da série do Dr. Lunskin que foi traduzida pelo site TDI Brasil. Visamos aqui tornar esta linguagem mais simples para o público que não está acostumado com a linguagem científica.

Richard Van Noorden, “RNA world easier to make”, Nature News (13/05/2009), http://www.nature.com/news/2009/090513/full/news.2009.471.html, ou https://archive.is/7PvCJ.

Veja Stephen C. Meyer, Signature in the Cell: DNA and the Evidence for Intelligent Design, p.304 (New York: HarperOne, 2009).

Jack W. Szostak, David P. Bartel, e P. Luigi Luisi, “Synthesizing Life”, Nature, 409: 387-390 (18/01/2001).

Michael Polanyi, “Life’s Irreducible Structure”, Science, 160 (3834): 1308-1312 (21/06/1968).

Veja William A. Dembski, The Design Inference: Eliminating Chance through Small Probabilities (Cambridge University Press, 1998).

Robert Shapiro, “A Simpler Origin for Life”, Scientific American, pp. 46-53 (junho de 2007).

Frank B. Salisbury, “Doubts about the Modern Synthetic Theory of Evolution”, American Biology Teacher, 33: 335-338 (setembro de 1971).

George M. Whitesides, “Revolutions In Chemistry: Priestley Medalist George M. Whitesides’ Address”, Chemical and Engineering News, 85: 12-17 (26/03/2007).

J.T. Trevors e D.L. Abel, “Chance and necessity do not explain the origin of life”, Cell Biology International, 28: 729-739 (2004).

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

TOP 10 Fraquezas Sérias com a Teoria da Evolução

Teoria da evolução problemas do darwinismo

10 Fraquezas Sérias com a Teoria da Evolução:
INTRODUÇÃO

Leia Também: 

    A CHEFE, de fato, do lobby darwinista, Drª Eugenie Scott, disse em 2009 ao falar para imprensa, "não há fraquezas na teoria da evolução". Esta frase resume a maneira de pensar do movimento evolucionista. Eles não estão comprometidos com as evidências científicas, seus compromissos são na verdade em manter a pressão darwinista sobre o meio científico de pé. Estudantes do nível médio e universitário são alvos constante de chacota e duvidar do evolucionismo atualmente é equivalente a cometer suicídio intelectual. Está pressão, que pode até ser chamada de bullying, é, portanto, suficiente para convencer muita gente que aceitar o darwinismo é o caminho mais fácil para atingir seus objetivos acadêmicos. 

    Mas seria mesmo verdade que não existe "fraquezas" na teoria da evolução? Será que são tolos aqueles que expressam dúvidas ou caminham na direção oposta ao darwinsmo e neo-darwinismo? Para responder está questão basta examinarmos a literatura científica. 

Fraqueza Número 1: A Sopa Primordial


    Segundo a teoria da origem da vida convencional a vida surgiu na Terra primitiva a cerca de 3 a 4 bilhões de anos atrás através de reações químicas desgovernadas, ou seja, aleatórias e casuais. A maioria dos cientistas dizem que isso ocorreu em muitas etapas, mas a primeira etapa seria o que eles chamam de sopa primordial essa sopa seria uma espécie de "mar a base de água e moléculas orgânicas simples" do qual a vida primitiva teria surgido. Durante décadas essa teoria foi aceita como um fato inquestionável, mas a verdade é que está ela enfrenta inúmeras dificuldades científicas.

    Em 1953, Stanley Miller, um estudante de pós-graduação da Universidade de Chicago, junta ao seu orientador Harold Urey, conduziram experimentos que tentavam simular as condições da terra primitiva, simulando os gases e raios existentes na atmosfera. Esses experimentos foi chamado de "experimentos Miller-Urey" e resultou na descoberta do surgimento de aminoácidos depois que os produtos químicos utilizados se estabilizaram.

    Durante décadas, esses experimentos tem sido considerados e ensinados como fato de que a vida poderia ter surgido em condições naturais e realistas na Terra primitiva (Eu aprendi assim na escola e você?). Porém, o que é conhecido também a décadas é que, segundo os geoquímicos, a atmosfera da Terra primitiva era bem diferente da atmosfera que Miller e Urey imaginaram e utilizaram para construir seus experimentos.  

    Miller e Urey utilizaram nos seus experimentos os gases metano e amônia, que são gases redutores e enormes quantidades de hidrogênio. Geoquímicos hoje acreditam que esses gases não formavam parte considerável da atmosfera primitiva. A partir de 1970 se tornou cada vez mais claro que tal atmosfera inicial seria composta por gases de origem vulcânica, como dióxido de carbono e nitrogênio e não por gases redutores como Miller-Urey acreditavam.

    Em artigo na revista Science foi publicado que Miller e Urey não poderiam gerar aminoácidos em uma atmosfera majoritariamente oxidante, como seria se composta basicamente por dióxido de carbono e nitrogênio. O artigo diz sem rodeios: "a atmosfera primitiva não se parecia em nada de Miller-Urey". Coerentemente com isso, estudos geológicos não descobriram evidências de que alguma sopa primordial teria existido em algum momento.

    Há boas razões para se acreditar que Miller-Urey estavam equivocados, tendo em vista que em tal Terra primitiva haveria uma enorme atividade vulcânica e os estudos científicos demonstram que as atividades geoquímicas dos vulcões são hoje como foram no passado. Dessa forma, os gases que os vulcões expelem hoje são os mesmos que outros vulcões expeliam no passado e a composição desses gases não contém metano ou amônia como Miller-Urey imaginaram. Isso também foi demonstrado em artigo científico na Earth and Planetary Science Letters menciona a descoberta de que as propriedades químicas no interior da Terra foram constantes ao longo da história do planeta.

    Devido as dificuldades científicas encontradas, alguns dos principais teóricos abandonaram o experimento de Miller-Urey e a teoria da "sopa primordial". Em 2010, o bioquímico Nick Lane da University College London declarou que a teoria da sopa primordial "não se sustenta "e que "já é passada a sua data de validade". Em vez disso ele propõe outra teoria de que a vida teria surgido em fontes hidrotermais submarinas.
 
    Mas tanto a teoria da sopa primordial como a teoria da fonte hidrotermal, não se sustentam, pois tais teóricos teriam de explicar como os aminoácidos formariam longas cadeias de proteínas como o RNA em ambiente úmidos pois dois aminoácidos não se juntam espontaneamente na águas como diz a Academia Nacional de Ciências dos EUA, "dois aminoácidos não se juntam espontaneamente na água. Em vez disso, a reação oposta é termodinamicamente favorecida". Em outras palavras a água quebra as cadeias de proteicas de volta em aminoácidos (ou outros componentes), tornando muito difícil a produção de proteínas (e outros polímeros) numa sopa primordial.

Os Materialistas não tem boas explicações para estas etapas simples e necessárias para a origem da vida. A evolução química na água está morta.

           
CONTINUA...



Fontes: 

Esta série de artigos é um resumo adaptado da série O Top Dez dos Problemas Científicos com a Biologia e a Química Evolutiva, escrito pelo Dr. Casey Lunskin, PhD em Geologia pela Universidade de Johannesburg. O nosso artigo é uma adaptação da série do Dr. Lunskin que foi traduzida pelo site TDI Brasil. Visamos aqui tornar esta linguagem mais simples para o público que não está acostumado com a linguagem científica.

Stanley L. Miller, “A Production of Amino Acids under Possible Primitive Earth Conditions”, Science, 117: 528-529 (15/05/1953).

Jonathan Wells, Icons of Evolution: Why Much of What We Teach About Evolution Is Wrong (Washington D.C.: Regnery, 2000);
Casey Luskin, “Not Making the Grade: An Evaluation of 19 Recent Biology Textbooks and Their Use of Selected Icons of Evolution”, em DiscoveryInstitute_2011TextbookReview.pdf (26/10/2011).

David W. Deamer, “The First Living Systems: a Bioenergetic Perspective”, Microbiology & Molecular Biology Reviews, 61:239 (1997).

Jon Cohen, “Novel Center Seeks to Add Spark to Origins of Life”, Science, 270: 1925-1926 (22/12/1995).

Antonio C. Lasaga, H. D. Holland e Michael J. Dwyer, “Primordial Oil Slick”, Science, 174: 53-55 (1/10/1971).

Kevin Zahnle, Laura Schaefer e Bruce Fegley, “Earth’s Earliest Atmospheres”, Cold Spring Harbor Perspectives in Biology, 2(10): a004895 (10/2010) (“Geochemical evidence in Earth’s oldest igneous rocks indicates that the redox state of the Earth’s mantle has not changed over the past 3.8 Gyr”);

Dante Canil, “Vanadian in peridotites, mantle redox and tectonic environments: Archean to present”, Earth and Planetary Science Letters, 195:75-90 (2002).

Dante Canil, “Vanadian in peridotites, mantle redox and tectonic environments: Archean to present”, Earth and Planetary Science Letters, 195:75-90 (2002) (citações internas omitidas).

National Research Council Space Studies Board, The Search for Life’s Origins (National Academy Press, 1990) Deborah Kelley, “Is It Time To Throw Out ‘Primordial Soup’ Theory?”, NPR (7 de fevereiro de 2010).

Committee on the Limits of Organic Life in Planetary Systems, Committee on the Origins and Evolution of Life, National Research Council, The Limits of Organic Life in Planetary Systems, p. 60 (Washington D.C.: National Academy Press, 2007).

domingo, 26 de dezembro de 2021

O Livre Arbítrio é Falso II

 O Domínio Universal do Pecado Prova que o "Livre-Arbítrio" é Falso

por Martinho Lutero

    Precisamos permitir que Paulo explique o seu próprio ensinamento. Diz ele em Romanos 3.9: "Que se conclui? Temos nós [os judeus] qualquer vantagem {sobre os gentios]? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado".

    Não somente são todos os homens, sem qualquer exceção, considerados culpados à vista de Deus, como também são escravos desse mesmo pecado que os torna culpados. Isso inclui judeus, os quais pensavam que não eram escravos do pecado porque possuíam a lei de Deus. Mas, visto que nem judeus nem gentios têm se mostrado capazes de desvencilhar-se dessa servidão, torna-se evidente que no homem não há poder que o capacite a praticar o bem.

    Esta escravidão universal ao pecado inclui até mesmo aqueles que parecem ser os melhores e mais retos. Não importa o grau de bondade que um homem possa alcançar; isso não é a mesma coisa que possuir o conhecimento de Deus. O que há de mais admirável é sua razão e sua vontade , contudo, é forçoso reconhecer que esta mais nobre porção dos homens está corrompida. Diz Paulo, em Romanos 3.10-12: "Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há um sequer". O significado dessas palavras é perfeitamente claro. Deus é conhecido através da razão e da vontade humana. Porém, nenhum ser humano, somente por sua natureza, conhece a Deus. Precisamos concluir, portanto, que a vontade humana está corrompida e que o homem é totalmente incapaz, por si mesmo, de conhecer a Deus ou de agradá-Lo.

    Talvez alguma pessoa alguma pessoa audaciosa atreva-se a dizer que somos capazes de fazer mais do que de fato fazemos; porém, o que aqui nos interessa é o que somo capazes de fazer , e não o que estamos ou não estamos fazendo. O trecho das Escrituras citado por Paulo, em Romanos 3.10-12, não nos autoriza a fazer tal distinção. Deus condena tanto  a incapacidade pecaminosa dos homens quanto os seus atos corruptos. Se os homens fossem capazes, ainda que o mínimo possível, de movimentarem-se na direção de Deus, não haveria mais qualquer necessidade de Deus salvá-los. Deus permitiria que os homens salvassem-se a si mesmos. Porém, nenhum é capaz de ao menos tentar fazê-lo.

LEIA TAMBÉM: O Livre Arbítrio é Falso II

    Em Romanos 3.19, Paulo declara que toda a boca se calará diante de Deus, porque ninguém poderá argumentar contra o julgamento de divino, visto
que nada existe, em pessoa alguma, digno de ser elogiado pelo Senhor - nem ao menos um arbítrio livre para voltar-se espontaneamente para Ele. Se alguém disser: "Tenho uma capacidade própria, ainda que pequena, de voltar-se para Deus", esse alguém deve estar querendo dizer que pensa que nele há alguma coisa a qual Deus possa elogiar e não condenar. Sua boca não está calada! Mas tal ideia contradiz as Escrituras.

    Deus ordenou que toda boca ficasse calada. Não é apenas certos grupos de pessoas que são culpados diante de Deus. Não apenas os fariseus, dentre o povo israelita, estão condenados. Se isso fosse verdade, então os demais judeus teriam tido alguma capacidade própria para guardar a lei e evitar tornarem-se culpados. Porém, até mesmo os melhores dentre os homens estão condenados por sua impiedade. Estão espiritualmente mortos, da mesma forma que aqueles que, de maneira alguma, procuram guardar a lei de Deus. Todos os homens são ímpios e culpados, e merecem ser punidos por Deus. Essas coisas são tão evidentes que ninguém pode nem mesmo sussurrar uma palavra que as contrarie!

Fonte:

LUTERO, Martinho. Nascido Escravo. Editora Fiel. 2007. p.19-21.



sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Se DEUS Criou o Mundo, Quem Criou DEUS?

     


    É muito comum quando falamos sobre a existência de Deus, surgir a seguinte pergunta , "Se Deus criou o mundo, quem criou Deus?". O simples fato de nós, que cremos ou mesmo de os ateus fazerem esta pergunta, nos remete a existência de um Criador de todas as coisas, pois "os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Salmo 19.1). Todas as coisas que existem falam intimamente ao nosso ser que Deus as criou, além do fato que todas as coisas no Universo são melhor explicadas admitindo-se a existência do Criador do que negando-O.

    A resposta, no entanto, para: "Quem criou Deus?", é simples. Deus simplesmente É. Como está escrito em Êxodo 3.14, "Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros". Dessa forma a resposta é que Deus é Eterno e isso significa que ele jamais teve um princípio, jamais terá um fim e que ele está acima do que nós entendemos e percebemos como passado, presente  e futuro. Para o Senhor, Criador de todas as coisas, passado, presente e futuro são a mesma coisa. Ele sempre É. Se, portanto, Deus fosse criado, ele mesmo não seria Deus e sim "aquele que o criou". 

    Sobre essa questão é bastante pertinente atentarmos para a resposta à sétima pergunta do Catecismo Maior de Westminster, "O que Deus é?": Resposta: "Deus é Espírito, em si e por si infinito em seu ser, glória, bem-aventurança e perfeição; todo-suficiente, eterno, imutável, insondável, onipresente, infinito em poder, sabedoria, santidade, justiça, misericórdia e clemência, longânimo, cheio de bondade e verdade"

    Esta é só uma breve explicação a respeito de Deus. Dele emana todo poder e quem se achega para Ele encontra plena satisfação. O contrário também é verdadeiro, aquele que nega seu Criador estará sempre insatisfeito, pois como diria o famoso escritor Fiódor Dosteiévsk, "Existe no homem um vazio do tamanho de Deus".

    Que você possa encontrar no Senhor Jesus Cristo, a paz que excede todo o entendimento!


Leia Também: Para Que A Gente Está Neste Mundo?

Leitura Recomendada: Catecismo Maior de Westminster

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Quem foi Aiden Wilson Tozer de Verdade?


“Penso que minha filosofia é esta:
Tudo está errado até que Deus endireite as coisas.”
A.W. TOZER
Aiden Wilson Tozer, mais conhecido como A. W. Tozer, foi considerado “o pregador do século 20” por seu estilo de mensagens fortemente embasadas na Bíblia, fruto de uma vida devocional dedicada. Para ele nada substituiria seu tempo diário com Deus. (TOZER, A. W. Dia a Dia com Tozer. 1ª ed. Curitiba. Pão Diário. 2019. 5 p.)
Aproximar-se de Deus em quietude
e esperar nele em silêncio realiza mais
do que dias de atividade fervente.”
A.W TOZER
Aiden Wilson Tozer nasceu no dia 21 de abril de 1897, numa pequena fazenda, a oste de La Jose, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos. Durante sua adolescência, em 1912, ele e sua família se mudaram para a cidade de Akron, no estado americano de Ohio. Em 1914, pouco antes de completar seus 17 anos, voltando para casa de mais uma jornada de trabalho, Tozer ouviu um senhor pregando na rua, a sua mensagem dizia: “Se você não sabe como ser salvo...apenas invoque o nome de Deus, dizendo: Senhor, tenha misericórdia comigo, sou um pecador!”. Chegando em sua casa, Tozer subiu para o sótão, seguiu o conselho do pregador e entregou-se a Cristo. Em 1918, Tozer casou-se com Ada Cecília Pfautz, e no ano seguinte, cinco anos após a sua conversão, sem formação teológica formal, recebeu e aceitou um convite para pastorear uma igreja pela primeira vez. Foi um começo humilde, mas que levou o casal a um ministério de 44 anos com The Christian and Missionary Alliance (Aliança Cristã e Missionária). Junto a sua esposa Ada, tiveram 7 filhos, seis rapazes e uma menina. Tozer e Ada viveram, até a sua morte, fielmente juntos por 45 anos. O dinheiro era escasso nos primeiros dias como pastor, e o casal fez um pacto de confiar em Deus, a despeito das circunstâncias, para prover por suas necessidades, A família Tozer optou por um estilo de vida simples, jamais possuíram carro, preferindo o transporte público. Mesmo depois que Tozer se tornou um autor renomado, ele cedia o direito de muito de seu royalties àqueles que estavam em necessidade. Em 1928, Tozer aceitou pastorear uma igreja em Chicago, a Southside Gospel Tabernacle, onde permaneceu por 30 anos. Tudo o que ensinou e pregou foi consequência dos seus momentos em oração com Deus. Era quando deixava o mundo e sua confusão de lado e direcionava sua atenção apenas para Deus.
“Retire-se do mundo todo dia para um lugar privado,
ainda que este lugar seja apenas o seu quarto.
Permaneça aí até que os ruídos internos acabem no seu coração
e o descanso da presença de Deus o envolva.”
(A.W. TOZER)
Capaz de expressar seus pensamentos de uma maneira simples, mas contundente, Tozer combinou o poder de Deus e a influência das palavras para nutrir almas famintas, tocar corações e atrair mentes até Deus. Sua mensagem era revigorante e inspiradora, mas também rígida. Jamais teve receio de destacar o que estava errado e nunca hesitou em afirmar o que o Senhor poderia endireitar todas as coisas. O único propósito de sua vida era conhecer Deus pessoalmente e ele encorajou outros a fazerem o mesmo. Para A. W. Tozer, um relacionamento profundo e permanente com Deus era algo a ser cultivado.
“Nunca vi um cristão útil que não seja estudante da Bíblia.
Não existem atalhos para a santidade.”
(A. W. TOZER)
Tozer teve sua formação embasada na experiência e devoção a Deus. A presença de Cristo foi para ele a sua sala de aula, sua rotina de oração deu-lhe a base necessária e encontrou a sua inspiração, além da Bíblia, nos escritos de cristãos e teólogos antigos. Ávido estudante, ele se fundamentava fortemente nos cristãos considerados pais da igreja primitiva, e nos reavivalistas. Ficou particularmente impressionado com a autodescrição de John Wesley de ser “um homem de um só livro, mas um estudante de muitos.” Tozer, com sua curiosidade intelectual, seguia o conselho deixado pelo fundador da igreja Metodista aos líderes cristãos de ler muito, mas filtrar tudo pelas lentes da Bíblia. Sempre havia algo mais a ler e a aprender.

Referências: TOZER, A. W. Dia a Dia com Tozer. 1ª ed. Curitiba. Pão Diário. 2019. 5 p. http://awtozerbrasil.blogspot.com/2010/11/quem-foi-awtozer.html https://pt.wikipedia.org/wiki/A._W._Tozer https://en.wikipedia.org/wiki/A._W._Tozer https://www.wikitree.com/wiki/Tozer-757 https://pilgrimagetozion.wordpress.com/2008/08/06/hello-world/



Seria Paulo Freire OPORTUNISTA e CHARLATÃO?

 Por David Gueiros Vieira*

O Método Laubach de alfabetização de adultos foi criado pelo missionário protestante norte-americano Frank Charles Laubach (1884-1970). Desenvolvido por Laubach nas Filipinas, em 1915, subseqüentemente foi utilizado com grande sucesso em toda a Ásia e em várias partes da América Latina, durante quase todo o século XX.

Em 1915, Frank Laubach fora enviado por uma missão religiosa à ilha de Mindanao, nas Filipinas, então sob o domínio norte-americano, desde o final da guerra EUA/Espanha. A dominação espanhola deixara à população filipina uma herança de analfabetismo total, bem como de ódio aos estrangeiros.

 A população moura filipina era analfabeta, exceto os sacerdotes islamitas, que sabiam ler árabe e podiam ler o Alcorão. A língua maranao (falada pelos mouros) nunca fora escrita. Laubach enfrentava, nessa sua missão, um problema duplo: como criar uma língua escrita, e como ensinar essa escrita aos filipinos, para que esses pudessem ler a Bíblia. A existência de 17 dialetos distintos, naquele arquipélago, dificultava ainda mais a tarefa em meta.

Com o auxílio de um educador filipino, Donato Gália, Laubach adaptou o alfabeto inglês ao dialeto mouro. Em seguida adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que aluno passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e a formar palavras.

Utilizando essa metodologia, Laubach trabalhou por 30 anos nas Filipinas e em todo o sul da Ásia. Conseguiu alfabetizar 60% da população filipina, utilizando essa mesma metodologia. Nas Filipinas, e em toda a Ásia, um grupo de educadores, comandado pelo próprio Laubach, criou grafias para 225 línguas, até então não escritas. A leitura dessas línguas era lecionada pelo método de aprendizagem acima descrito. Nesse período de tempo, esse mesmo trabalho foi levado do sul da Ásia para a China, Egito, Síria, Turquia, África e até mesmo União Soviética. Maiores detalhes da vida e trabalho de Laubach podem ser lidos na Internet, no site Frank Laubach.

Na América Latina, o método Laubach foi primeiro introduzido no período da 2ª Guerra Mundial, quando o criador do mesmo se viu proibido de retornar à Ásia, por causa da guerra no Pacífico. No Brasil, este foi introduzido pelo próprio Laubach, em 1943, a pedido do governo brasileiro. Naquele ano, esse educador veio ao Brasil a fim de explicar sua metodologia, como já fizera em vários outros países latino-americanos.

“As cartilhas de Laubach foram copiadas pelos marxistas em Pernambuco, dando ênfase à luta de classes. O autor dessas outras cartilhas era Paulo Freire, que emprestou seu nome à “nova metodologia” como se a ela fosse de sua autoria”

Lembro-me bem dessa visita, pois, ainda que fosse muito jovem, cursando o terceiro ano Ginasial, todos nós estudantes sabíamos que o analfabetismo no Brasil ainda beirava a casa dos 76% – o que muito nos envergonhava – e que este era o maior empecilho ao desenvolvimento do país.

A visita de Laubach a Pernambuco causou grande repercussão nos meios estudantis. Ele ministrou inúmeras palestras nas escolas e faculdades — não havia ainda uma universidade em Pernambuco — e conduziu debates no Teatro Santa Isabel. Refiro-me apenas a Pernambuco e ao Recife, pois meus conhecimentos dos eventos naquela época não iam muito além do local onde residia.

Houve também farta distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão portuguesa ainda não estava pronta. Nessa época, a revistaSeleções do Readers Digestpublicou um artigo sobre Laubach e seu método — muito lido e comentado por todos os brasileiros de então, que, em virtude da guerra, tinham aquela revista como único contato literário com o mundo exterior.

Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão. Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua “condição de oprimidas”. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa “nova metodologia” — da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma fosse da sua autoria.

Tais cartilhas foram de imediato adotadas pelo movimento estudantil marxista, para a promulgação da revolução entre as massas analfabetas. A artimanha do Sr. Paulo Freire “pegou”, e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU.

No entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada “Brasília Teimosa”, bem como em outras favelas do Recife, em um programa educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade. Os professores eram todos voluntários. Essa foi a famosa Cruzada ABC, que empolgou muita gente, não apenas nas favelas, mas também na cidade do Recife, e em todo o Estado. Esse esforço educacional é descrito em seus menores detalhes por Jules Spach, no seu recente livro, intitulado,Todos os Caminhos Conduzem ao Lar(2000).

“A ‘bolsa-escola’ de Cristovam Buarque não é novidade. Foi adotada há décadas por discípulos de Laubach e criticada pela esquerda na época. A bolsa-escola já era defendida por Antônio Almeida, um educador do século XIX.

O Método Laubach foi também introduzido em Cuba, em 1960, em uma escola normal em Bágamos. Essa escola pretendia preparar professores para a alfabetização de adultos. No entanto, logo que Fidel Castro assumiu o controle total do poder em Cuba, naquele mesmo ano, todas as escolas foram nacionalizadas, inclusive a escola normal de Bágamos. Seus professores foram acusados de “subversão”, e tiveram de fugir, indo refugiar-se em Costa Rica, onde continuaram seu trabalho, na propagação do Método Laubach, criando então um programa de alfabetização de adultos, chamado Alfalit.

A organização Alfalit foi introduzida no Brasil, e reconhecida pelo governo brasileiro como programa válido de alfabetização de adultos. Encontra-se hoje na maioria dos Estados: Santa Catarina (1994), Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, São Paulo, Paraná, Paraíba e Rondônia (1997); Maranhão, Pará, Piauí e Roraima (1998); Pernambuco e Bahia (1999).

A oposição ao Método Laubach ocorreu desde a introdução do mesmo, em Pernambuco, no final da década de 1950. Houve tremenda oposição da esquerda ao mencionado programa da Cruzada ABC, em Pernambuco, especialmente porque o mesmo não conduzia à luta de classes, como ocorria nas cartilhas plagiadas do Sr. Paulo Freire. Mais ainda, dizia-se que o programa ABC estava “cooptando” o povo, comprando seu apoio com comida, e que era apenas mais um programa “imperialista”, que tinha em meta unicamente “dominar o povo brasileiro”.

Como a fome era muito grande na Brasília Teimosa, os dirigentes da Cruzada ABC, como maneira de atrair um maior número de alunos para o mesmo, se propuseram criar uma espécie de “bolsa-escola” de mantimentos. Era uma cesta básica, doada a todos aqueles que se mantivessem na escola, sem nenhuma falta durante todo o mês. Essa bolsa-escola tornou-se famosa no Recife, e muitos tentavam se candidatar a ela, sem serem analfabetos ou mesmo pertencentes à comunidade da Brasília Teimosa. Bolsa-escola fora algo proposto desde os dias do Império, conforme pode-se conferir no livro de um educador do século XIX, Antônio Almeida, intituladoO Ensino Público, reeditado em 2003 pelo Senado Federal, com uma introdução escrita por este Autor.

No entanto, a idéia da bolsa-escola foi ressuscitada pelo senhor Cristovam Buarque, quando governador de Brasília. Este senhor, que é pernambucano, fora estudante no Recife nos dias da Cruzada ABC, tão atacada pelos seus correligionários de esquerda. Para a esquerda recifense, doar bolsa-escola de mantimentos era equivalente a “cooptar” o povo. Em Brasília, como “idéia genial do Sr. Cristovam Buarque”, esta é hoje abençoada pela Unesco, espalhada por todo o mundo e não deixa de ser o conceito por trás do programa Fome Zero, do ilustre Presidente Lula.

O sucesso da campanha ABC — que incluía o Método Laubach e a bolsa-escola — foi extraordinário, sendo mais tarde encampado pelo governo militar, sob o nome de Mobral. Sua filosofia, no entanto, foi modificada pelos militares: os professores eram pagos e não mais voluntários, e a bolsa-escola de alimentos não mais adotada. Este novo programa, por razões óbvias, não foi tão bem-sucedido quanto a antiga Cruzada ABC, que utilizava o Método Laubach.

A maior acusação à Cruzada ABC, que se ouvia da parte da esquerda pernambucana, era que o Método Laubach era “amigo da ignorância” — ou seja, não estava ligado à teoria marxista, falhavam em esclarecer seus detratores — e que conduzia a “um analfabetismo maior”, ou seja, ignorava a promoção da luta de classes, e defendia a harmonia social. Recentemente, foi-me relatado que o auxílio doado pelo MEC a pelo menos um programa de alfabetização no Rio de Janeiro — que utiliza o Método Laubach, em vez do chamado “Método Paulo Freire” — foi cortado, sob a mesma alegação: que o Método Laubach estaria “produzindo o analfabetismo” no Rio de Janeiro. Em face da recusa dos diretores do programa carioca, de modificarem o método utilizado, o auxílio financeiro do MEC foi simplesmente cortado.

Não há dúvida que a luta contra o analfabetismo, em todo o mundo, encontrou seu instrumento mais efetivo no Método Laubach. Ainda que esse método hoje tenha sido encampado sob o nome do Sr. Paulo Freire. Os que assim procederam não apenas mudaram o seu nome, mas também o desvirtuaram, modificando inclusive sua orientação filosófica. Concluindo: o método de alfabetização de adultos, criado por Frank Laubach, em 1915, passou a ser chamado de “Método Paulo Freire”, em terras tupiniquins. De tal maneira foi bem-sucedido esse embuste, que hoje será quase que impossível desfazê-lo.

O autor é historiador. Artigo copiado de http://paraibarama.blogspot.com/2008/12/mtodo-paulo-freire-ou-mtodo-laubach.html, em 01.02.2011, e publicado originalmente em Mídia Sem Máscara, em 9 março de 2004.

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SPACH, Jules,Todos os Caminhos Conduzem ao Lar, Recife, PE, 2000.