“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.” (Mateus 5.11)
“Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e
seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados
pela derrubada violenta de toda a ordem social existente.” Essa citação é
tirada do parágrafo final do (Manifesto Comunista)
O Partido Comunista não acredita em Deus, nem respeita a
natureza física. “Batalhe contra o Céu, brigue contra a Terra, lute contra os
seres humanos – nisto reside infinita alegria.” (Esse era o lema do Partido
Comunista Chinês durante a Revolução Cultural). Grande sofrimento foi infligido
ao povo chinês e seu país.
“Nós não estamos com medo, mas precisamos aprender a ouvir
cuidadosamente os impulsos do Espírito. Ele está nisso conosco. Nós apenas
precisamos obedecer a sua voz e acreditar que ele sabe e vê a situação toda.
Quando nós o seguimos, realmente não há o que temer.”
SHI (PSEUDÔNIMO), PASTOR CHINÊS
A
República Popular da China é um país que vive debaixo de um regime comunista
desde de 1949, quando o Partido Comunista Chinês tomou o controle da China
continental. Seus opositores, pertencentes ao Partido Nacionalista Chinês,
foram derrotados e se refugiaram, sobretudo, em Taiwan, uma grande ilha ao
leste da China.
Quando se menciona tirania, a maioria do povo chinês se lembra de
Qin Shihuang (259-210 a.C.), o primeiro imperador da dinastia Qin, cujo
opressivo governo queimou livros filosóficos e enterrou vivos estudantes de
Confúcio. O tratamento cruel de Qin Shihuang ao seu povo veio de sua política
de “sustentar seu regime com todos os recursos sob o Céu” [1]. Essa política
tinha quatro aspectos principais: impostos excessivamente pesados; desperdício
de trabalho humano em projetos para glorificar o imperador; torturas brutais
apoiadas por leis severas, incluindo a punição para membros da família e
vizinhos do ofensor; e o controle mental ao bloquear todas as vias de
pensamento livre e formas de expressão por meio da queima de livros e até
enterrando estudiosos vivos. Sob o governo de Qin Shihuang, a China tinha uma população de cerca de 10 milhões; a corte
Qin recrutou cerca de dois milhões para realizar trabalho forçado. Qin Shihuang
estendeu suas leis severas ao domínio intelectual, proibindo em larga escala a
liberdade de pensamento. Durante seu governo, milhares de estudiosos de
Confúcio e oficiais que criticaram o governo foram mortos.
Hoje, a violência e os abusos do Partido Comunista Chinês (PCC)
são ainda mais severos do que os da tirânica dinastia Qin. A filosofia do
Partido Comunista Chinês é a “luta”, e o regime do Partido Comunista Chinês foi
construído sobre uma série de “lutas de classe”, “lutas por caminhos”, e “lutas
ideológicas”, tanto na China como em outras nações. Mao Tsé-Tung, o primeiro
líder do Partido Comunista Chinês da República Popular da China (RPC), falou
sobre isso abertamente dizendo: “Sobre o
que o Imperador Qin Shihuang pode fazer alarde? Ele matou somente 460
estudiosos de Confúcio, mas nós matamos 46 mil intelectuais. Há pessoas que nos
acusam de exercermos uma ditadura como o Imperador Qin Shihuang e nós admitimos
tudo isso. Condiz com a realidade. É uma pena que eles não nos deem crédito
suficiente, então nós temos que fazer mais.” [2]
Vamos dar uma olhada nos duros anos da China sob o regime do
Partido Comunista Chinês. Como sua filosofia de base é a “luta de classe”, o
Partido Comunista Chinês não poupou esforços desde que tomou o poder para cometer
genocídio de classe, e construiu seu reinado de terror mediante revolução
violenta. Assassinatos e lavagem cerebral foram usados conjuntamente para
suprimir qualquer crença que não fosse a teoria comunista. O Partido Comunista
Chinês lançou sucessivos movimentos para se representar como infalível e
divino. Seguindo suas teorias de luta de classe e revolução violenta, o Partido
Comunista Chinês tentou purgar os dissidentes e as classes sociais opositoras,
usando a violência e a fraude para forçar todo o povo chinês a se tornar servo
obediente de seu regime tirânico.
Em
2018 a China ocupava a 43ª posição no ranking de perseguição aos cristãos. É
assustadora a velocidade com que o governo comunista chinês tem aumentado a
opressão aos cristãos. Atualmente, em 2021, a China ocupa a 17ª posição, quando
no ano anterior (2020), ocupava 23ª posição na Lista Mundial de Perseguição
(LPM) que é atualizada todos os anos pela organização Portas Abertas, e que
lista as 50 nações que mais oprimem os cristãos.
Com uma população de
1,4 bilhão de habitantes, o país tem aproximadamente 6,9% de cristãos, que
enfrentam um cenário bem pouco favorável para a preservação de sua fé. Este é
um dos países onde números expressivos de seguidores do Evangelho sofrem algum
tipo de restrição.
Em sua empreitada
agressiva para consolidar e estender no tempo seu poder, o presidente chinês,
Xi Jinping, tem adotado mais mecanismos de controle em todas as áreas da
sociedade, incluindo os negócios, a imprensa, o terceiro setor e as religiões
que, por anos, resistiram à doutrina comunista.
A perseguição severa do
regime de Pequim aos cristãos começou justamente com a proclamação da República
Popular da China, em 1949. Desde então, somente igrejas consideradas legais e
estabelecidas pelo governo comunista podem realizar seus cultos. No entanto,
essas igrejas atuam mais como uma fachada de tolerância. As igrejas não
reconhecidas são perseguidas pelas autoridades.
Em 2018, Wang Yi,
renomado pastor cristão na China, foi discretamente condenado a nove anos de
prisão, despojado de seus direitos políticos por três anos e multado em 50.000
yuanes (cerca de R$ 30 mil, valores da época) - uma sentença dura e sintomática
de uma repressão mais ampla na China contra cristãos e pessoas de todas as
religiões. Os Estados Unidos estão exigindo a libertação do pastor.
Wang foi detido pouco
antes do Natal de 2018, quando o Partido Comunista Chinês começou uma nova
repressão à religião. Sua prisão ocorreu logo após o governo fechar três
grandes igrejas não registradas, incluindo a congregação de Wang, a Early Rain
Covenant Church em Chengdu.
Wang foi preso
juntamente com sua esposa e mais de cem membros da Early Rain. Com exceção de
Wang, todos os outros foram finalmente libertados."
"Em 2020, depois
de passar mais de um ano sob custódia, Wang foi acusado pelo Tribunal Popular
Intermediário de Chengdu de "operações comerciais ilegais" e
"incitar a subversão do poder do Estado" - esta última é uma acusação
frequentemente apresentada para silenciar os oponentes políticos do Partido
Comunista na China.
Tais acusações
politicamente motivadas são especialmente perniciosas, porque geralmente são
acompanhadas da privação de direitos políticos, o que significa que o
prisioneiro não pode votar ou ser eleito ou exercer as liberdades de expressão,
assembleia e imprensa, entre outras restrições.
Conhecendo o caráter do
regime chinês, Wang escreveu uma carta em 2018 intitulada “Minha Declaração de
Desobediência Fiel” e a entregou à sua congregação para publicar se ele fosse
preso. A carta é uma defesa de sua fé e de suas ações, e é resumida neste
trecho:
A Bíblia nos ensina que, em todos os assuntos relacionados ao
evangelho e à consciência humana, devemos obedecer a Deus e não aos homens. Por
esse motivo, desobediência espiritual e sofrimento corporal são as duas
maneiras pelas quais testificamos para outro mundo eterno e para outro rei
glorioso. É por isso que não estou interessado em mudar nenhuma instituição
política ou jurídica na China. Eu nem sequer estou interessado na questão de
quando as políticas do regime comunista que perseguem a igreja mudarão.
Independentemente de qual regime eu vivo agora ou no futuro, enquanto o governo
secular continuar a perseguir a igreja, violando a consciência humana que
pertence somente a Deus, continuarei minha fiel desobediência. Pois toda a
comissão que Deus me deu é permitir que mais chineses saibam através de minhas
ações que a esperança da humanidade e da sociedade está apenas na redenção de
Cristo, na soberania graciosa e sobrenatural de Deus.
De acordo com Bob Fu,
fundador da ChinaAid, uma organização que assiste cristãos perseguidos na
China, "a sentença de nove anos do pastor Wang representa a mais dura
perseguição a um pastor de igreja local étnica chinesa em mais de uma década. O Partido Comunista Chinês está tentando
enviar um sinal assustador para a comunidade cristã já perseguida na China de
que, a menos que você fique calado diante do regime maligno, será
preso"."
Uma reunião entre os principais negociadores comerciais dos EUA
e autoridades da China no mês de março de 2020, onde foram tratados de temas
defendidos pelos presidentes Xi Jinping e Donald Trump, foi o gancho para que a
violenta perseguição enfrentada pelos cristãos na China fosse destacada com
grave momento por entidades internacionais.
O Save the
Persecuted Christians (STPC)
(“Salvem os Cristãos Perseguidos”), que defende 300 milhões de cristãos que
enfrentam perseguições pesadas em todo o mundo, quer que o foco permaneça em
como a China trata aqueles que acreditam em Jesus Cristo.
Em março de 2020, uma influente
igreja doméstica em Pequim foi fechada depois
que 20 policiais chineses invadiram a escola bíblica em dois locais diferentes,
lacraram as portas da igreja que tiveram “todas as fechaduras trocadas para
impedir que os membros retornassem ao prédio”. Entre 20 e 30 cristãos foram
detidos por várias horas pela polícia após o ataque em 23 de março.
Mesmo antes da repressão, o membro do Conselho Consultivo do
STPC Bob Fu, da China Aid, já havia avisado o Congresso que a
liberdade religiosa na China atingiu o “pior nível que não foi visto desde o
início da Revolução Cultural pelo presidente Mao [Zedong] na década de 1960.”
Além
disso, Fu informou que o primeiro
mandamento está sendo removido da lista de 10 em Bíblias impressas
na China, e que há um plano de cinco anos para tornar o cristianismo mais
compatível com o socialismo. Esse plano, diz
ele, apresenta uma “reescrita” da Bíblia para “refletir a ética chinesa do
confucionismo e do socialismo”.
Na China, é comum que as Bíblias sejam queimadas, as igrejas
fechadas e as cruzes destruídas.
Durante uma conferência da Fundação Heritage, em fevereiro de 2020, sobre
liberdade religiosa na China, Dede Laugesen, diretor executivo da Save the
Persecuted Christians, explicou que “a Constituição da China afirma
tecnicamente oferecer liberdade religiosa, mas todas as expressões religiosas e
cultos são rigorosamente regulamentadas e monitoradas pelo Estado”.
“É cada vez mais difícil para os cristãos se reunirem e adorarem
livremente na China, e eles vivem com medo de retaliação, perseguição ou coisa
pior - simplesmente por ter fé em Jesus Cristo”, alertou o diretor da STPC.
Como se não bastassem mais
de 15 anos como um dos países que mais persegue cristãos no mundo, a China, nos
últimos anos, está investindo em medidas de repressão com o uso de tecnologias,
com o objetivo de perpetuar sua cultura de violação à dignidade da pessoa
humana e de ataque ao direito fundamental de ter uma religião.
Qualquer concepção ou
confissão de fé que dê ao fiel uma capacidade crítica para questionar
determinadas medidas do sistema – leia-se, do governo, são refreadas com
punições severas.
A mentalidade do estamento
comunista chinês é engajada em ter governados que não questionem e vivam
segundo a filosofia da revolução. Apenas religiões com um perfil de cederem à
cultura ou adaptarem seu conteúdo de crenças aos regulamentos são toleradas.
Segundo a
revista de liberdade religiosa Bitter Winter, muitos cristãos de Hong Kong têm
participado ativamente das manifestações antigovernamentais da região que pedem
democracia, anistia para mais de 6.400 pessoas presas até agora e uma
investigação independente sobre ações policiais.
Essa participação, porém,
tem levado as autoridades comunistas da China a intensificarem a perseguição a
cristãos, até mesmo os que estão na parte continental do país e que frequentam
igrejas legalizadas, incluindo a Three-Self.
Em 28 de outubro de 2019, quando uma igreja do condado de
Anyuan, sob a jurisdição da cidade de Ganzhou, na província de Jiangxi, no
sudoeste, foi ao Departamento de Assuntos Religiosos local para renovar a
permissão da igreja, eles foram informados por um funcionário que “foi decidido
em uma reunião que todas as reuniões religiosas devem ser proibidas e as
igrejas devem ser fechadas”.
O funcionário argumentou
ainda que, porque muitos cristãos se envolveram nos “distúrbios” de Hong Kong e
porque o cristianismo foi trazido para a China a partir do Ocidente, as
autoridades comunistas estão preocupadas com o fato de que pessoas de fé na
China continental possam ter contato com os crentes em Hong Kong e EUA, então
todas as igrejas deveriam interromper suas atividades.
Também em outubro, os
funcionários do Departamento de Assuntos Religiosos no condado de Wuning, sob a
jurisdição da cidade de Jiujiang, em Jiangxi, invadiram o local da reunião de
uma igreja local da Three-Self, denominação que sofre forte influência do
Partido Comunista da China.
Eles destruíram sua cruz,
removeram as palavras “Igreja Cristã” da parede e derrubaram todos os símbolos
religiosos, pelo motivo de os cristãos de Hong Kong estarem envolvidos nos
“distúrbios”. Após o ataque, uma bandeira nacional chinesa foi deixada no topo
da igreja.
Uma ação
da milícia do Partido Comunista da China acabou em violência em Xiamen,
província de Fujian, quando os fiéis foram surpreendidos pela ação dos
oficiais. Em um trecho de uma
gravação feita no local, antes da apreensão dos celulares, é possível ver que
um dos evangélicos é arrastado para fora do local, enquanto os outros tentavam
impedir. Segundo informa o ministério China Aid, os cristãos que guardavam a porta foram espancados e
presos no local, onde fica a Igreja de Xingguang,
dentro de uma residência particular. As imagens da ação foram
feitas por vizinhos do local onde os cultos ocorriam, mostrando a forma
violenta com que agem contra a fé cristã. Toda a ação foi feita sem
nenhum mandato e a igreja acabou sendo fechada posteriormente, ação que tem se
tornado comum. O regime comunista da China tem aproveitado a situação causada
pelo coronavírus para
perseguir ainda mais os cristãos. Por lá a liberdade religiosa é bastante
restrita.
Conforme uma reportagem da revista online Humanity and Human
Rights de 22 de fevereiro de 2002, 20 mil cristãos realizaram uma pesquisa
entre 560 mil cristãos em igrejas domésticas em 207 cidades e 22 províncias na
China. A pesquisa descobriu que entre os participantes de igrejas domésticas,
130 mil estavam sob a vigilância do governo. No livro Como o Partido Comunista
Chinês Perseguiu Cristãos (1958) [5] foi declarado que, por volta de 1957, o
Partido Comunista Chinês matou cerca de 11 mil adeptos de religiões e prendeu
arbitrariamente e extorquiu dinheiro de muitos mais.
Eliminando a classe dos senhores de terra e dos capitalistas e
perseguindo grande número de pessoas religiosas e cumpridoras das leis, o
Partido Comunista Chinês abriu caminho para o comunismo se tornar a religião absoluta da China.
Até quando o mundo manterá
os olhos fechados para este regime nefasto? Agora em 2021, passados tantos anos
de inação por parte dos órgãos internacionais competentes, e por parte de
países poderosos que trocaram a honra pela oportunidade de altos lucros,
explorando a mão de obra chinesa e, assim, enriquecendo o país em questão,
agora o Partido Comunista Chinês está a um passo de ditar todas as regras no mundo
inteiro, porque passando por cima das leis, já estão, desde sempre.
Não os cristãos continuarão a sofre debaixo desse regime
opressor, mas qualquer um que prese pelas liberdade essenciais do ser humano
sofrerão dentro em breve.
No entanto:
“Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.” (Mateus 5.11)
Bibliografia
https://m.epochtimes.com.br/nove-comentarios-partido-comunista-chines-capitulo-1/
https://m.epochtimes.com.br/nove-comentarios-partido-comunista-chines-capitulo-3/
https://veja.abril.com.br/mundo/perseguicao-onde-os-cristaos-sao-vitimas-de-opressao-e-violencia/
https://www.portasabertas.org.br/lista-mundial-da-perseguicao/china
https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/pastor-e-condenado-a-9-anos-de-prisao-em-renovada-perseguicao-a-cristaos-na-china/
https://guiame.com.br/gospel/missoes-acao-social/perseguicao-e-repressao-cristaos-na-china-atingem-maior-nivel-da-historia.html
https://www.gospelprime.com.br/china-e-o-aprimoramento-da-perseguicao-religiosa/
https://rr.sapo.pt/2019/10/25/religiao/ocidente-ignora-perseguicao-aos-cristaos-na-china-porque-o-dinheiro-fala-sempre-mais-alto/noticia/169316/
https://overbo.news/protestos-em-hong-kong-fazem-china-intensificar-perseguicao-aos-cristaos/
https://overbo.news/fieis-sao-agredidos-por-milicia-comunista-chinesa/
https://www.cpn-news.com.br/china-quer-reescrever-a-biblia-e-forcar-igrejas-a-cantar-hinos-comunistas/