sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Hipocrisia de Judá


    Hipócrita é a qualidade daquele que assume temporariamente um papel ou uma personagem que não condiz com o seu caráter e personalidade. Em outras palavras, o hipócrita é um verdadeiro ator que possui uma máscara a fim de impedir que os outros vejam quem de fato ele é.
    Judá o quarto filho de Jacó também vestiu uma máscara para encobri o seu pecado. A Bíblia nos mostra de maneira clara sua hipocrisia. Em Gênesis 38 é narrada a história do relacionamento de Judá com sua nora Tamar. Aconteceu que Tamar, após a morte de seu marido foi enviada para casa de seu pai para ali permanecer na sua viuvez até que o filho mais novo de Judá se tornasse adulto para casar-se com ela e cumprir a lei do levirato. Tamar, temendo que tal lei não fosse cumprida, se disfarçou de prostituta e se pôs no caminho que Judá passaria. Judá se relacionou sexualmente com Tamar (sem saber que era a sua nora) e deu por garantia de pagamento seu selo, seu cordão e seu cajado. Tais objetos identificavam facilmente o seu dono. Tamar, entretanto, voltou a casa de seu pai e se pôs novamente em sua viuvez. Judá, porém, tentou fazer o pagamento a prostituta, contudo não mais a encontrou, e temendo que descobrissem o seu adultério, afirmou: “Que ela guarde para si, para que não nos tornemos em opróbio” (Gn 38.23). Passados três meses, Tamar foi descoberta grávida e acusada de adultério, e foi aí que o ponto alto da hipocrisia de Judá apareceu. Judá se pôs no lugar de Juiz e anunciou sua sentença: “Tirai-a para fora para ser queimada” (Gn 38.24). Mas Tamar, que havia guardado os objetos de Judá, revelou a todos que o verdadeiro criminoso era Judá mostrando-lhes os objetos que o identificavam. E aquele juiz mascarado tornando-se imediatamente réu, afirmou: “Mais justa é ela do que eu, porquanto não a dei a Selá, meu filho” (Gn 38. 26a).
    Todo homem tem a sua medida de hipocrisia. Todos nós cometemos pecados (Rm 3.23) e os encobrimos; nós colocamos máscaras sobre máscaras em nossos rostos. E muitos de nós ousamos, como Judá, nos tornar como juízes. Mas até quando? Até que sejamos desmascarados.  E ser desmascarado nesta circunstância é o mesmo que ser envergonhado. Não podemos carregar nossas máscaras para sempre, pois um dia estaremos frente a frente com o Pai, o Justo Juiz. Um dia estaremos diante do grande trono branco, no qual o Cordeiro estará assentado e julgara a todos.
    Judá demonstrou arrependimento pelo seu ato, “ele nunca mais a possuiu”, diz a Palavra (Gn 38.26b). Assim também todo homem necessita confessar o seu pecado ao Senhor e arrepender-se. E, como disse Martinho Lutero, “Não voltar a fazer determinada coisa é a essência do verdadeiro arrependimento”. Confessemos os nossos pecados a Deus e produzamos frutos dignos de arrependimento, pois “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). “Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda” (1 Jo 2.28).

Guilherme Barros
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