Os
momentos de refeição estão entre as situações mais particulares de uma família.
Não convidamos qualquer pessoa para comer conosco, apenas os mais chegados se
assentam em nossas mesas. Quando desejamos um momento de comunhão entre amigos
ou colegas de trabalho geralmente preparamos refeições. De fato esses instantes
particulares com convidados seletos nos aproximam e evidenciam a fraternidade que
temos uns com os outros.

A ceia da igreja de Corinto revelou
ao apóstolo Paulo uma igreja dividida, egoísta e que se ajuntava para pior e
não para melhor. Uma igreja onde cada um visava os seus próprios interesses;
onde cada um tentava escolher a melhor e maior parte nas refeições, de modo que
no seu jantar havia uns que passavam fome, enquanto outros se embriagavam (1 Co
11.21). Por esse motivo Paulo os anuncia: “Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar,
não é a ceia do Senhor que comeis.” (1 Co 11.20).
O jantar dos coríntios não
representava a família saudável; a igreja sã que se relaciona com Cristo. Pelo
contrário, boa parte deles era como penetras no jantar de Cristo. O penetra é
aquele que não está interessado no que o anfitrião pensa, ou em se relacionar
com os convidados e com os que oferecem aquele momento, mas a única coisa que
cabe em seus pensamentos é o seu próprio desejo carnal. A inveja, o egoísmo, a discórdia,
a gula, a difamação, a falta de discernimento são partes do seu ser que se evidenciam
num momento assim.
A falta de relacionamento com Deus é
a marca de muitas igrejas em nossos dias. Crentes que, como os coríntios,
embriagados em seus pecados, se acham no direito de assentar na mesma mesa de
Cristo e cear com ele. Crentes que vão ao jantar de Cristo para prestar
satisfação aos homens e não pelo desejo de contribuir com a unidade da igreja,
muito menos pelo anseio de se tornar mais íntimos de Cristo. Para estes é que
Paulo diz, “Não é a ceia do Senhor que comeis”.
Não!
Não jantaremos com Cristo, o nosso Senhor, enquanto não aprendermos a discernir
quem somos, quem Cristo é, e para que fomos convidados. Somos convidados, não
para enchermos a nossa pança de vinho e pão, mas para enchermos a nossa vida com
os palavras do Anfitrião que alimentam o nosso ser e preenchem a nossa alma de
alegria.
“Examine-se,
pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma o pão, e beba do cálice; pois quem
come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por
que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem” (1 Coríntio
28-30).
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