Há algum tempo o Reverendo Marcos Amaral,
infelizmente da Igreja Presbiteriana do Brasil, a qual eu faço parte, vem
aparecendo na Rede Globo e de forma polêmica, expressando opiniões contrárias a
as Escrituras e aos Símbolos de Fé.
De antemão gostaria de falar um pouco sobre o
programa Amor & Sexo. Qualquer leigo que assista ao programa pode perceber
intenções pecaminosas e imoralmente tendenciosas no que se diz respeito a: uso
de preservativo, sexo livre, aborto, homossexualismo, feminismo, etc. Como
cristãos, podemos resumir a proposta do programa com uma única expressão a demonização do amor.
“O Amor
só deixa de ser um demônio quando deixa de ser um Deus”, disse C.S. Lewis citando, em Os Quatro Amores,
o autor moderno Denis de Rougemont.
Por meio desta breve citação podemos entender que o programa eleva o amor à
condição de um Deus que define leis e juízos; que dita nossas regras; que é
soberano sobre tudo, até mesmo sobre Deus que é o seu autor. Fazem da criatura
o Criador. Portanto o amor sendo idolatrado e elevado à condição de deus
torna-se demônio.
Mas o programa “global” tem cumprido exemplarmente
do seu papel de servir ao “deus deste
século” e cegos de entendimento e sem o resplandecer da luz do evangelho da
glória de Cristo, pois eles “mudaram a verdade
de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura que o Criador, que é
bendito eternamente” (Romanos 1.25). Entretanto o pastor Amaral busca a
utopia ecumênica e irracional (ou racionalmente mal intencionada), de unir luz
e trevas.
No programa do dia 08 de dezembro de 2011(clique e assista) o
pastor entrou numa polêmica sobre o uso de camisinha e respondeu de forma esquizofrênica
quando questionado qual nota daria ao homem que pratica sexo sem compromisso
matrimonial: “eu dou nota zero para ele
como religioso, como pastor presbiteriano, e dou nota cinco como cidadão”.
E a pergunta que fazemos reverendo é: o senhor realmente compreende o que é ser
cristão? Gostaria de responde-lo com uma citação do grande teólogo holandês Abraham
Kuyper: “Uma religião limitada a sentimento
ou vontade é, portanto, impensável para o calvinista (Kuyper define calvinista
como sinônimo de cristão). A sagrada unção do sacerdote da criação deve descer
para sua barba e para a orla de sua vestimenta. Todo seu ser, incluindo todas
as suas habilidades e poderes, deve ser impregnado pelo sensus divinitatis*, e como então poderia ser excluída sua
consciência racional, - o logos que está nele, - a luz do pensamento que vem de
Deus para iluminado?” (Kuyper, Calvinismo). Em suma Kuyper defende o princípio bíblico que, “onde quer que o homem possa estar, tudo
quanto possa fazer, em tudo que possa aplicar sua mão..., ou pensamento no
mundo da ciência e da arte, ele está, seja no que for, constantemente
posicionado diante da face de seu Deus, está empregado no serviço do seu Deus,
deve obedecer estritamente o seu Deus e, acima de tudo, deve objetivar a glória
de Deus”.
Não podemos, senhor Marcos Amaral, separar
nossa vida religiosa da nossa vida social. Nós, acima de tudo, somos cristãos
onde quer que estejamos. “Quer comais,
quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, tudo seja feito para glória de
Deus” (1 Coríntios 10.31). Separar nossa vida religiosa da social é como ir
ao psiquiatra e receber o atestado de esquizofrênico; é colocar a igreja como
um ponto de ruptura que nos separa do mundo a nossa volta.
Como cristãos não podemos comungar com as
obras infrutíferas das trevas, antes, porém, devemos reprova-las, sendo colunas
e baluartes da verdade por meio do Senhor Jesus Cristo.
Jesus jamais encobriu pecados, antes os expôs
contra a luz da Lei, para que homens vissem o quanto estão tomados e pecados e
busquem arrependimento. João Batista pregou dizendo: “Arrependei-vos porque está próximo o Reino dos Céus”, e também disse
“está posto o machado a raiz das árvores;
toda a árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo”
(Mateus 3). Jesus, por sua vez confirmou a mensagem de João e a cumpriu. “Arrependei-vos,
porque é chegado o reino de Deus” foi a sua mensagem.
Precisamos nos apegar a Verdade e pregar sem
medo e omissão todo o Conselho de Deus. Ainda que sobe pena de sermos
perseguidos não podemos nos conformar com este século como o costume de alguns.
Há poucos dias o Pastor Marcos Amaral se envolveu em mais
uma polêmica no mesmo programa, caso queira ler sobre o assunto leia o texto Programa Amor & Sexo traz polêmicopastor presbiteriano para opinar sobre homossexualismo.
*Sensus Divinitatis: Senso natural que todo ser humano possui a
respeito da existência da divindade.
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Bibliografia
KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. 208 p.
Bibliografia
KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2004. 208 p.
LEWIS. C. S. Os
Quatro Amores. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 195 p.