Pecado ou Crime?
Na igreja costumamos ensinar as crianças que pecado é tudo aquilo que nós fazemos, falamos ou pensamos que desagrada ao nosso Deus. A Bíblia nos ensina que Deus reage ao pecado com ira sobre os homens: "A ira de Deus se revela do Céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (Romanos 1.18).
O Rev. Cornelius Plantinga Jr. em seu livro Não Era Para Ser Assim, nos traz uma definição mais elaborada, ele afima:
Pecado é a perturbação culpável do shalom - isto é, culpável aos olhos de Deus. Dessa forma e de outras, o pecado distingue-se de seus vizinhos conceituais. Mesmo que em parte se sobreponham, pecado é diferente de crime, por exemplo. A razão principal para a distinção é óbvia: crime é relativo a uma disposição estatutária de uma forma que o pecado não é. Alguns pecados, como emitir um cheque sem fundos para comprar bilhete de loteria, provavelmente quebrariam o código de leis de qualquer jurisdição em que hajam bancos e loterias. Muitos pecados, porém (por exemplo, gastar a vida em coisas inúteis) são perfeitamente legais e outros (como impiedade) em algumas jurisdições legais são até mesmo obrigatórios. (PLANTINGA JR. 1998, p.31)
Assim Plantinga Jr. nos ensina que:
1. Nem todo pecado é crime.
Por exemplo, quanto ao nosso contexto aqui no Brasil, onde as pessoas podem ser prostitutas e homossexuais, se desejarem, ou mesmo podem adulterar, ou embriagar-se não são crimes, mas sempre serão pecados.
2. Nem todo crime é pecado.
Por exemplo, protestar contra um estado autoritário que mata pessoas indiscriminadamente, pode em muitas ocasiões configurar crime diante do Estado. No entanto, não é pecado. Manter-se firme na prática e pregação do Evangelho, pode, em muitas nações ser considerado crime, mas nunca será pecado.
3. Algo que é pecado pode ser ao mesmo tempo crime e vice-versa.
Roubar, matar, abandonar pessoas incapazes, etc. São poucos dos inúmeros exemplos que você e eu sabemos ser crime e pecado ao mesmo tempo.
Plantinga Jr também acrescenta: "Por outro lado, ainda que muitos crimes ofendam a Deus e sejam assim contados como pecados, algumas formas de desobediência civil por causa justa (como demonstrações e protestos pacíficos contra segregação racial ou contra a impunidade dos poderosos) podem ofender a César, mas não a Deus."
Como cristãos devemos ter esses conceitos vivos em nossas mentes, pois nem sempre poderemos dizer sim para o Estado (em muitas ocasiões fazer isso pode até ser um pecado). Em muitos momentos teremos que nos posicionar contra leis e decretos que ferem os valores e princípios divinos estabelecidos na Palavra de Deus.
Lembre-se: "Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5.29).
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