sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Paz Pessoal e Prosperidade: Uma Ameaça à Liberdade - Parte 2

Paz Pessoal e Prosperidade:

Uma Ameaça à Liberdade

PARTE - 2

por Francis Schaeffer


Guerra ou Ameaça Séria de Guerra
para uma geração que se afastou de Deus.

    Alistair Cooke (1908-2004) formulou isso muito bem em America (1973): "O que está em feroz disputa entre as nações comunistas e não-comunistas hoje é a qualidade e o poder duradouro da civilização americana". Eu só acrescentaria que não é só a América, mas o Ocidente em geral. Será que o ocidente estará em condições de resistir as nações totalitárias, agora que a base cristã das liberdades ocidentais foi extinta? Obviamente isso pode ser relacionado ao primeiro ponto - a possibilidade de crise econômica no Ocidente.

    A pressão dos países comunistas poderá manifestar-se de algumas das maneiras a seguir, ou então, de uma maneira combinada entre elas: militarmente, por um Oriente forte contra um Ocidente menos forte por alguma crise emergente em um lugar qualquer do mundo; econômicamente, com o advento da crise do mundo ocidental; ou então politicamente, por meio da conquista de certos países pelos partidos comunistas da velha guarda. O evento poderia dar-se subtamente, em um confronto direto com a Rússia e seu poder militar, ou então, ele poderia dar-se sutil e lentamente, de modo aparentemente sem sentido, até uma crise e a revelação dos fatos. Há uma onda de partidos comunistas da linha mais antiga surgindo no sul da Europa e é importante notar que estes países jamais tiveram a bases bíblicas que os países do norte passaram a ter depois da Reforma Protestante. Naqueles países, as liberdades foram importadas e não cultivadas.

    Em meio a toda esta confusão a ameaça da guerra, especialmente da guerra atômica, levaria as pessoas que têm somente os valores da paz interior e da prosperidade a se render a praticamente qualquer tipo de governo que se mostre capaz de afastar as ameaças de guerra, particularmente se (como César Augusto fez na Roma antiga) ela irromper sem que ao mesmo tempo haja perda das aparências e formas externas de constitucionalidade. As bombas atômicas são uma ameaça especialmente concreta para uma geração que se afastou de maneira tão completa da existência de um Deus objetivo, e que por isso passou a acreditar que existe apenas o homem para olhar com inteligência para o pôr-do-sol ou o voo dos pássaros.

    O romance de Nevil Shute (1899-1960) On The Beach (1952) ainda fala com propriedade. No livro, Nevil tenta prever o que poderia acontecer depois da queda de uma série de bombas atômicas, que não deixassem nenhuma pessoa viva. As luzes das cidades continuariam acesas por mais algum tempo, mas nenhum ser humano estaria presente para vê-las. Há não muito tempo, o homem achava que poderia haver vida consciente em Marte. Foi dito que, quando Charlie Chaplin, falando não como um palhaço mas como um filósofo, ouviu que não existia vida consciente, disse "Estou sozinho". E, para muitos pensadores cujo único valor essencial na vida é a sobrevivência da raça humana, a bomba atômica traz uma pressão ainda maior para se abrir mão de quase tudo para conseguir amenizar a ameaça de guerra.

CONTINUA...

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Fonte:
SCHAEFFER, Francis. Como Viveremos?. Cultura Cristã. 2003. p 183.

Sobre o Autor:
Francis A. Scheaffer (1912-1984) foi um dos gigantes do século 20. Seus livros foram traduzidos para mais de 25 idiomas com milhões de exemplares vendidos. A L'Abri Fellowship, fundada pelo casal Francis e Edith Scheaffer em 1955, é um memorial vivo de sua obra.

👇📕Outros livros de Scheaffer em português são:

1 - A Morte na Cidade

2 - Poluição e a Morte do Homem

3 - O Deus que Intervém

4 - O Deus que se Revela


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